Os Dias de Raiva avisam: «Parece Que Vai Chover»

Os Dias de Raiva estão a preparar um regresso de peso. Depois do lançamento de um EP em 2010, a banda portuguesa tem já pronto o seu primeiro álbum.

«Sonoridade apurada e pesada» é o que o guitarrista João Guincho promete, adiantando ao IOL Música que o novo trabalho é composto por 10 temas, «todos eles bastante fortes».

Nas letras, o vocalista Carlão revelou que «ficou tudo mais escuro», abordando temáticas «mais pessoais». «Enquanto que o primeiro disco era uma coisa mais de insatisfação social generalizada, (...) aqui também há algumas neuras mais pessoais», explicou.

«Ficou tudo mais escuro - há ambientes mais densos, as guitarras ganharam outro corpo, outro peso. As letras também vão um bocado atrás disso.»

Preparem-se: «Parece Que Vai Chover»

Gravado em 12 dias no estúdio dos Dapunksportif, banda de João Guincho e Paulo Franco, o disco chama-se «Parece Que Vai Chover». «Um título contemporâneo em relação à situação do nosso país», afirmou o baixista Nuno Espírito Santo.

Carlão prefere a ambiguidade do nome do álbum, que poderá ir desde o pessimismo até ao «parece que vai chover, mas se calhar até não chove». O vocalista adianta que o título também funciona como uma metáfora para «o próprio som, para o peso que se vai abater».

A verdade, e tal como Fred Ferreira contou, é que a chuva não deu tréguas durante toda a sessão de gravações. «Se bem me lembro, esteve sempre a chover durante os 12 dias», recordou o baterista.

«O single d'Os Dias de Raiva não vai passar nas rádios»

Enquanto o álbum não chega às lojas, Os Dias de Raiva já desvendaram o primeiro tema. Com letras cruas e fortes, «Sanguessuga» é assumidamente um anti-single.

«Vamos ser honestos: o single d'Os Dias de Raiva não vai passar nas rádios. Pode passar em programas de autor, mas em horário nobre, ou menos nobre, não passa. Não temos essa preocupação», afirmou Carlão.

«Esperemos que chovam concertos»

A banda espera agora assegurar a distribuição de um disco que poderá mesmo ser lançado em formato digital na Internet. Por agora, na sala de ensaios, Os Dias de Raiva preparam aquele que é o seu principal meio de subsistência: os concertos.

«Gravar um disco custa dinheiro. E para além do investimento pessoal que existe sempre, existe o lado paralelo de que temos de viver, que temos de sobreviver», explicou o guitarrista Paulo Franco.

«O que se passa hoje em dia com os artistas é que nós já damos tudo gratuitamente e tentamos que haja concertos.»

«Neste caso, esperamos que chovam concertos», rematou Nuno Espírito Santo.