Sudoeste: sexo, erva e rap segundo Snoop Dogg

Depois do «aquecimento» com DJs na noite anterior, o Sudoeste TMN 2011 arrancou com concertos nos três palcos do recinto esta quinta-feira. Claramente o nome mais esperado deste primeiro dia a todo o gás, Snoop Dogg juntou grande parte dos 40 mil festivaleiros (números da organização) em frente ao palco principal.

O último concerto no Palco TMN arrancou com meia hora de atraso tolerada pelos fãs enquanto o sistema de som debitava os maiores êxitos do rapper norte-americano. Snoop não só conta com 20 anos de uma carreira inicialmente impulsionada pela colaboração com Dr. Dre como também se tornou numa figura icónica no imaginário do hip hop. Os acessórios brilhantes, a figura alta e esguia, e a ligação ao consumo de cannabis são a imagem de marca do músico.

Mulheres e drogas foram temas recorrentemente celebrados ao longo de 75 minutos de actuação e através de singles como «Signs», «Wet», «Beautiful», «Sexual Eruption» e «Drop It Like It's Hot», estes dois últimos dedicados às «damas» portuguesas. Na estreia absoluta em Portugal, Snoop e a sua banda recuperaram ainda versões emprestadas a 50 Cent («P.I.M.P.») e aos House of Pain («Jump Around»).

«Voltarei as vezes que quiserem. Esta é a minha primeira vez em Portugal, mas não será a última», assegurou o rapper, satisfeito com a recepção calorosa do público. Por entre a plateia de milhares, não era difícil cheirar e adivinhar que muitos escaparam às apreensões de droga pela GNR às portas do festival, mas o exemplo vinha mesmo do palco: não há concertos de Snoop Dogg sem um sem número de charros partilhados entre o rapper e a sua crew.

Pelo Palco TMN já tinham passado a inglesa Eliza Doolittle (que encantou pela voz, pelo à vontade em palco e pela figura generosa realçada por uma fatiota reveladora) e o norte-americano Raphael Saadiq (a intemporalidade do R&B e da soul com atitude), mas quem deu realmente nas vistas foi Janelle Monáe, protagonista do melhor e mais entusiasmante concerto da noite.

Pela segunda vez no nosso país, depois da estreia no Super Bock em Stock 2010, a cantora de 25 anos voltou a conquistar o público luso com um espectáculo de encher a vista. Com uma banda completa com coristas, dançarinos e secções de violinos e sopros, Janelle coloriu o cenário monocromático com a harmonia perfeita entre a pop, a soul, o R&B e o funk, e com momentos dignos de figurar no livro de recordações desta 15ª edição do festival - cantou deitada para uma plateia de cócoras, fez uma pintura em plena actuação e correu até à mesa de som em frente ao palco para regressar às cavalitas de um dos seus músicos.

«Cold War», «Tightrope» e «Come Alive (The War of the Roses)» foram tiros certeiros para uma recta final de concerto em crescendo, já depois da muito festejada versão dos Jackson 5, «I Want You Back». Muita entrega, boa música e um vozeirão de fazer inveja a muitos cabeças-de-cartaz.

Os restantes palcos receberam, entre outros, Jamie Woon, Destroyer, Asian Dub Foundation, Richie Spice e Gui Boratto.

Esta sexta-feira ficará marcada pelos regressos a Portugal do norte-americano Kanye West, dos belgas dEUS e do brasileiro Marcelo Camelo. Os portugueses Clã, no Palco Planeta Sudoeste, vão dar um concerto para miúdos e graúdos com entrada gratuita no festival para crianças menores de 10 anos.

Horários das actuações:

Palco TMN

- Underworld (01h40)

- Kanye West (23h40)

- Patrice (21h55)

- Deolinda (20h35)

- Marcelo Camelo (19h20)

Palco Planeta Sudoeste Jogos Santa Casa

- dEUS (22h45)

- Luísa Sobral (21h35)

- Cuca Roseta (20h30)

- Clã (19h15)

Palco Sapo Positive Vibes

- Sentinel (02h30)

- Big Badda Boom (01h40)

- Junior Kelly (23h40)

- Queen Ifrica feat. Tony Rebel (21h40)

- Bloco Bleque (20h10)

Groovebox

- Raresh (04h30)

- Joao Maria & António Alves (03h00)

- Cassy (01h30)

- Miguel Neto (00h15)