Foi precisamente este último que começou por testar a comunhão entre os MGMT e a plateia. Depois do arranque discreto ao som de «The Youth», o hipnotizante sintetizador em «Time To Pretend» agitou definitivamente as águas. Lamentavelmente, a fraca qualidade acústica do Campo Pequeno (a que infelizmente já nos vamos habituando) também se fez notar logo aos primeiros temas.
Entre o primeiro álbum, «Oracular Spectacular», e o novo «Congratulations», os MGMT foram construindo um concerto inteligente. Mesmo com a longa e deliciosamente ácida incursão por «Siberian Breaks», nunca perderam o rumo de uma actuação que teria quase obrigatoriamente de passar pelas canções mais populares.
E assim foi com «Flash Delirium» e «Electric Feel», dois bons exemplos de como o quinteto nova-iorquino resgata com sucesso sonoridades de outros tempos e as mantém bem vivas e actuais.
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O inevitável ponto alto da noite surgiu com «Kids», tema que levou um dia os MGMT a ameaçarem com um processo judicial o partido do presidente francês Sarkozy por uso não autorizado do single. A julgar pela reacção do público, este é mesmo o mais conhecido cartão de visita da banda, com direito a coro afinado que reproduziu em uníssono cada nota saída do sintetizador nos refrães.
Perante uma plateia aos saltos, Goldwasser também pegou num microfone e fez de vocalista, acompanhando VanWyngarden, que aceitava um dos muitos presentes atirados para o palco pelos fãs e enfiava um barrete de Natal na cabeça.
Já no encore, «Congratulations» fechou as contas de uma actuação bem conseguida num dos últimos grandes concertos do ano. Uma «noite divertida» para os MGMT e certamente também para os fãs, que esperam não ter de aguardar novamente durante dois anos para poderem voltar a «viajar» ao som de «The Handshake».