O génio dos Everything Everything na Invicta - TVI

O génio dos Everything Everything na Invicta

Everything Everything

Linda Martini, Lee Ranaldo e Sensible Soccers também estiveram em destaque nos concertos de «Warm Up» do festival Paredes de Coura

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Os 600 metros quadrados da tenda montada na Praça D. João I, em pleno coração do Porto, foram insuficientes para conter o génio dos Everything Everything. Na primeira de duas noites do «Warm Up» do festival Paredes de Coura, na sexta-feira, o quarteto de Manchester elevou a fasquia a um patamar inultrapassável até para o inesquecível Serguei Bubka.

A voz soprano de Jonathan Higgs, as guitarras demoníacas, a percussão pesada e o delineado eletrónico colocaram em palco o melhor dos 11 concertos deste mini-festival. «Kemosabe» mexeu com a placidez do público, «Cough Cough» ecoou num refrão audível nos Aliados.

É urgente explorar esta banda inglesa, já com dois álbuns editados, o último dos quais («Arc») em janeiro de 2013 e que chegou ao quinto lugar da tabela de vendas no Reino Unido.

Na sexta-feira, nota mais também para os simpáticos Capitão Fausto e os veteranos The Wedding Present, autores de um punhado de boas canções. Podem já não ter a elegância de 1987 («George Best» é um grande disco!), mas continuam a contar com a voz e a liderança segura de David Gedge.

As desilusões para a reportagem do tvi24.pt foram os Veronica Falls (vocalizações irregulares e desafinadas) e os No Age. Ok, Randy Randall e Dean Allen Spunt são capazes de rebentarem as mais resistentes colunas de som. Verdade. Mas neste estilo sónico, poderoso, escasseia a criatividade, a singularidade melódica. É um som adolescente, imaturo, repetitivo.

Um Omar que é um insulto à música árabe

Sexta-feira, a noite foi dos Everything Everything, e no sábado pertenceu aos mui nobres Linda Martini. Os lisboetas não acusaram a pressão de atuarem antes do mestre Lee Ranaldo, virtuoso membro dos Sonic Youth, e arrancaram um dos melhores concertos do certame. Estamos ansiosos por escutar o sucessor de Casa Ocupada, CD lançado em 2010.

Algumas horas antes, o som etéreo dos vilacondenses Sensible Soccers levou os presentes a galáxias aprazíveis, em notas reclamadas pelo rock, pela dance music e pelo psicadelismo. Estes rapazes parecem chegados do futuro, pela mão de Marty McFly.

Os Stealing Sheep e o supracitado Ranaldo cumpriram, sim, mas sem nunca seduzirem por completo, o público (casa esgotada nos dois dias), e o mesmo será justo aplicar ao tecno-minimal de Matias Aguayo, o chileno que se encarregou de fechar as hostilidades.

Falta uma palavra para Omar Souleyman. A plateia terá gostado, nós detestámos. Uma caixa de ritmos insuportável, refrões orelhudos e incompreensíveis. Onde é que está o interesse disto? Um atentado ofensivo à riquíssima tradição da música árabe.
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