Viseu: hospital abre inquérito a morte de bebé - TVI

Viseu: hospital abre inquérito a morte de bebé

  • Portugal Diário
  • 23 abr 2007, 13:46

Recém-nascido não resistiu dias após o parto com recurso a ferros

O Hospital de S. Teotónio, em Viseu, anunciou hoje que foi nomeada uma comissão de inquérito para averiguar as circunstâncias da morte de um bebé, dias depois de um parto com recurso a ferros, noticia a Lusa.

O bebé, filho de Maria Cristina e António Barbosa, de Mangualde, nasceu a 16 de Abril no hospital de Viseu e foi transferido para Coimbra, onde acabou por falecer no passado sábado.

Os pais e a avó materna, Emília Aurora Ferreira, acusam o hospital de Viseu de negligência médica e tencionam apresentar uma queixa em tribunal, por considerarem que, atendendo ao peso do bebé (quatro quilos), os médicos deveriam ter optado por uma cesariana.

Em comunicado assinado pelo director clínico do hospital, Cílio Correia, e emitido ao final da manhã de hoje, após uma reunião com a direcção do Serviço de Obstetrícia, é anunciado que «já foi nomeada uma Comissão de Inquérito para avaliar as circunstâncias em que decorreu o parto, no sentido da elaboração do competente parecer técnico».

Este documento será depois «facultado às entidades competentes e aos familiares», acrescenta no comunicado, onde lamenta a morte do bebé.

Cílio Correia refere que o hospital vai «aguardar com serenidade o desenrolar dos acontecimentos», mas manifesta desde já «toda a disponibilidade para o completo e cabal esclarecimento dos factos».

«Ficou todo negro, todo marcado»

Emília Aurora Ferreira disse à Lusa que, apesar de o hospital anunciar que vai averiguar o que se passou durante o parto, o seu genro «vai seguir com a queixa para tribunal, porque alguém tem de ser responsabilizado».

«A minha filha andou nove meses grávida, nos exames que fazia estava tudo bem e já sabiam que o bebé era forte. Deviam ter feito uma cesariana em vez de o tirarem a ferros», afirmou.

Segundo Emília Ferreira, o seu neto «ficou todo negro, todo marcado, por causa dos ferros» e a sua filha, que teve alta hospitalar na quinta-feira, «está com uma barriga enorme, porque deve ter ficado toda rebentada por dentro».

«A criança estava para nascer e quiseram foi tirá-la para fora, sem mais preocupações, como se fosse um bicho», lamentou a avó, que diz não se conformar com o que aconteceu com o seu neto, que foi enterrado domingo.

Emília Ferreira contou à Lusa que a sua filha, de 38 anos, já tem mais três filhos, sendo que todos nasceram de parto normal, «mas nenhum deles era tão grande como este, que parecia já ter três meses».
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