Governo pede mais dinheiro, mas rejeita revelar défice

O ministro das Finanças rejeitou revelar quais as suas estimativas para o défice deste ano, adiantando que só o fará quando apresentar o Orçamento de Estado (OE) para o próximo ano.



«Não faz sentido apresentar um número hoje e daqui a uns meses outro», disse Fernando Teixeira dos Santos na discussão sobre a segunda alteração do Orçamento de Estado para 2009, na Assembleia da República.



O responsável pela pasta das Finanças responde assim às questões do Bloco de Esquerda e do CDS que acreditam que o Governo, «a esta altura, já tem esse número bem definido».



«Quando apresentar o OE para 2010 terei muito gosto de responder a isso. Agora parece-me um pouco prematuro», disse o governante, acrescentando que «o que está em causa é discutir o orçamento do Estado e não das administrações publicas».



Na sessão de arranque para a discussão do segundo orçamento rectificativo, Teixeira dos Santos voltou a sublinhar a sua necessidade para fazer face à «a crise mais grave que nos afectou nos últimos 80 anos». Garantindo «depois de uma recuperação económica sustentável vamos retomar a imperiosa rota de consolidação orçamental».



As farpas da Oposição



Das várias bancadas da Oposição as críticas foram comuns. O PCP, pela mão de Honório Novo, chamou a atenção para os números do desemprego em Portugal, propondo «a transferência de 60 milhões de euros para a Segurança social», assim como para aquilo que considera ser um «saco azul», referindo-se aos 310 milhões de euros para dotações provisionais.



Em comum, todos os partidos da oposição afirmam que o Governo «enganou» os portugueses. »Agora, depois das eleições, fica à vista de todos, ao estarmos a apreciar um documento que pede 5 mil milhões de euros para corrigir as contas».