Alcochete: «vamos apresentar factura» - TVI

Alcochete: «vamos apresentar factura»

  • Portugal Diário
  • 4 out 2007, 15:41

Força Aérea «aceita» novo aeroporto mas quer local alternativo para treino

O chefe do Estado-Maior da Força Aérea, Luís Araújo, afirmou esta quinta-feira que «Alcochete não é uma coutada de caça» mas a construção de um novo aeroporto de Lisboa naquele local tem de salvaguardar um local alternativo para treino de tiro ar-chão, escreve a Lusa.

«Em relação ao novo aeroporto de Lisboa, a Força Aérea não é nunca um problema, é sempre uma solução» e «se for entendido que é no Campo de Tiro de Alcochete, é no Campo de Tiro de Alcochete» até porque a hierarquia militar «não é dona de nada» mas sim os contribuintes portugueses, disse.

Se o novo aeroporto for para Alcochete, «nós vamos apresentar a factura» e exigir um local de treino de tiro ar-chão junto do poder político, prometeu o general, recordando que isso é um requisito essencial para os pilotos portugueses.

Presente hoje na Base Aérea de Monte Real, onde assistiu à mudança de comando, o general Luís Araújo admitiu também a utilização da pista para fins civis, como vários autarcas e operadores turísticos da região centro reclamam.

«Monte Real é uma infra-estrutura aeronáutica militar» mas «a sua capacidade é supletiva, tem apoiado a operação de meios que não são militares».

«Se for decidido pelo poder político que aqui se vai fazer um aeroporto, com certeza que a pista serve para aterrar aviões civis e militares», afirmou.

No entanto, os responsáveis civis «têm que fazer infra-estruturas em termos de gares que não são propriamente no sítio onde se senta o comandante da base».

O CEMFA recorda mesmo uma cerimónia do antigo primeiro-ministro Santana Lopes que foi a Monte Real anunciar a abertura ao tráfego civil, no âmbito de um protocolo que outros Governos já haviam celebrado.

«O aeroporto já está inaugurado», ironizou Luís Araújo, embora salientando que nunca foi contactado pelo poder político actual no sentido de fazer cumprir o protocolo.

E «não é a Força Aérea que está interessada em fazer voos low-cost», notou o general.

«As nossas infra-estruturas, na sua capacidade sobrante», podem ser utilizadas para fins civis, desde que seja «entendido que Monte Real é muito necessário» pelo poder político.

Do ponto de vista técnico, é possível conciliar a utilização da pista mas «não é fácil» e será sempre necessário «conciliar os interesses de segurança e de defesa» com «os interesses de uma pista civil».

E «se isso for decidido, as pessoas têm que se sentar à mesa», defendeu o chefe do Estado-Maior da Força Aérea.
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