Candidatos presidenciais reagem à mensagem do presidente Cavaco - TVI

Candidatos presidenciais reagem à mensagem do presidente Cavaco

Cavaco Ano Novo (MIGUEL A. LOPES / LUSA )

Fernando Nobre diz que são necessários novos «actores» na vida política

O candidato presidencial Fernando Nobre corroborou, este sábado, os apelos de união deixados pelo Presidente da República, Cavaco Silva, na mensagem de Ano Novo, mas sublinhou que apenas com «novos actores» será possível ultrapassar os problemas que o país atravessa. «É fundamental que hoje os portugueses sejam mais solidários que nunca», afirmou Fernando Nobre, em declarações à Lusa.

Além disso, acrescentou, os problemas que o país atravessa precisam também de uma sociedade civil cada vez mais «dinâmica e assumida». «É fundamental que a sociedade civil tenha um papel cada vez mais activo na procura de soluções», frisou Fernando Nobre.

Fernando Nobre destacou ainda a necessidade de surgirem «novos atores» na política nacional, aludindo às referências que Cavaco Silva fez sobre a forma como os portugueses sempre conseguiram sair das situações difíceis.

Francisco Lopes classificou a mensagem de Ano Novo do Presidente da República como «uma mensagem eleitoralista», acusando Cavaco Silva de procurar «fugir às suas responsabilidades». «A mensagem é uma mensagem eleitoralista, em que Cavaco Silva procura fugir às suas responsabilidades», afirmou o candidato presidencial apoiado pelo PCP.

Acusando Cavaco Silva de também ser responsável pelo rumo que Portugal está a seguir, Francisco Lopes lembrou o «patrocínio» dado pelo actual chefe de Estado ao Orçamento do Estado para 2011, cujas consequências começaram este sábado a «cair» em cima dos portugueses. «São cortes nos salários, cortes nas pensões, nas prestações sociais», salientou, considerando que o Orçamento do Estado para 2011 irá traduzir-se em «recessão e retrocesso».

Francisco Lopes fez ainda alusão ao facto do Presidente da República ter feito referência à necessidade dos sacrifícios terem de ser partilhados por todos, lamentando que isso não se verifique. «Os sacrifícios são para os mesmos de sempre e para benefício de um grupo de famílias ligadas aos grandes grupos financeiros», criticou.

Defensor Moura destacou três omissões na mensagem do Presidente da República, lamentando que Cavaco Silva nada tenha dito sobre a regionalização, a corrupção e o clientelismo. «Não me parece que haja nenhuma novidade, nem uma mudança de postura do Presidente da República», assinalou.

Defensor Moura, que é deputado socialista, mas candidata-se às eleições de 23 de Janeiro como independente, destacou, contudo, três omissões no discurso de Cavaco Silva. «Quando o Presidente apelou à coesão nacional esqueceu-se de fazer também um apelo a todas as regiões do país», disse, considerando que é preciso responsabilizar as regiões na tarefa de recuperação do país, o que só se pode fazer através da regionalização e descentralização administrativa.

Por outro lado, continuou Defensor Moura, o chefe de Estado também se esqueceu de falar daqueles que, pela corrupção, «se esquivam a colaborar na recuperação do país», por exemplo, não cumprindo as suas obrigações fiscais.

José Manuel Coelho lamentou que o Presidente da República se tenha «esquecido» de falar na mensagem de Ano Novo dos «amigos» que têm culpa directa no «buraco» do BPN e na situação do país. «O Presidente da República esqueceu-se de ler uma folha do seu discurso», ironizou José Manuel Coelho.

Sublinhando que Cavaco Silva reconheceu a pobreza que atinge o país e os valores «galopantes» do desemprego, o candidato presidencial, apoiado pelo PND, lamentou que o chefe de Estado «se tenha esquecido de dizer que alguns amigos dele» contribuíram para a grave situação económica e social em que o país se encontra. «Não falou dos discípulos dele, daqueles antigos governantes e daqueles que ocuparam altos cargos na administração cavaquista, amigos que têm culpa directa no desastre do BPN, que é um buraco financeiro sem fim à vista», frisou.

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