O primeiro-ministro defendeu esta segunda-feira que as Forças Armadas atuaram logo, comunicando às autoridades judiciárias para que tomassem as providências necessárias, perante suspeitas de crime por parte de militares portugueses em missão na República Centro Africana.
“Preocupa-me que haja uma rede de qualquer tipo de criminalidade onde quer que seja, e nas Forças Armadas por maioria de razão”, declarou António Costa em entrevista à RTP, depois de confrontado com a investigação a uma rede criminosa com ligações internacionais e que se dedicará ao contrabando de diamantes e ouro, tráfico de estupefacientes, contrafação e passagem de moeda falsa.
Sobre este caso, o líder do executivo salientou que “as próprias Forças Armadas detetaram e, mal detetaram, comunicaram às autoridades judiciárias para tomarem as providências necessárias”.
Vivemos num país onde ninguém está acima das leis, sejam as Forças Armadas, sejam as forças de segurança, seja político, seja quem for”, frisou.
Questionado se este caso terá um impacto negativo nas Forças Armadas, designadamente na sua imagem internacional, António Costa recusou.
“Não creio. O senhor ministro da Defesa [João Gomes Cravinho] já o disse, informámos imediatamente as Nações Unidas do que tinha acontecido. Não vou desvalorizar dizendo que não é um caso inédito, qualquer caso é um caso em si grave”, respondeu.
Interrogado se o Governo tenciona propor em breve ao Presidente da República um novo chefe do Estado Maior da Armada, António Costa respondeu que esse é um assunto que o executivo tratará com o chefe de Estado.
“E não trataremos seguramente através da televisão, trataremos cara a cara, como sempre temos. Quando o fizermos, o Presidente da República anunciará”, respondeu.
António Costa referiu depois que estes cargos “são de propositura do Governo e de nomeação do Presidente da República”.
“Até agora foi sempre o senhor Presidente da República a anunciar a nomeação desta senhora ou daquele senhor. E assim será", acrescentou.
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