Parlamento: o melhor e o pior da legislatura, segundo os deputados - TVI

Parlamento: o melhor e o pior da legislatura, segundo os deputados

Parlamento

Com as férias a chegar e o fim da legislatura cada vez mais próximo, quisemos saber que balanço fazem os partidos destes quatro anos

Relacionados
No último dia de «plenários ditos normais» na Assembleia da República, esta sexta-feira, o tvi24.pt procurou junto de todos os partidos saber quais «os piores e os melhores momentos desta legislatura».

A falta de respostas de José Sócrates às perguntas dos deputados e o episódio, recente, envolvendo o ex-ministro da Economia, Manuel Pinho, foram dois dos «maus momentos» enumerados pela oposição. Por outro lado, os debates quinzenais receberam nota positiva.

O líder parlamentar do PSD, Paulo Rangel, que irá agora rumar ao Parlamento Europeu confessa ao tvi24.pt que o melhor desta legislatura foi «a introdução dos debates quinzenais, com novas regras».

O frente-a-frente entre oposição e Governo passou a ser, na sua opinião, «mais nivelado, mais igualitário. Ou melhor, com igualdade de armas». No lado oposto, Paulo Rangel considera o gesto insultuoso que levou à demissão do ex-ministro da Economia, Manuel Pinho, «o pior momento».

Diogo Feio, deputado do CDS-PP, que também vive os seus últimos dias no parlamento após ser eleito para Bruxelas, preferiu ressalvar que o melhor da legislatura «foi a atitude que o CDS-PP teve na apresentação de propostas, fazendo criticas sempre que necessário» e, ainda, o «acompanhamento que dedicou, numa lógica de médio e longo prazo, a temas como a Educação, a saúde, a economia, a segurança e o apoio social».

O parlamentar aproveitou para deixar um recado ao país: «Apenas pedimos às pessoas que olhem para aquele que foi o nosso património de trabalho nos últimos quatro anos e pensem se o CDS-PP merece ou não ver reforçado o seu número de deputados».

Sobre o pior dos últimos quatro anos, Diogo Feio, ressalva «a falta de respostas do primeiro-ministro, muitas vezes, aos deputados». Apesar de reconhecer um lado positivo nos debates quinzenais, o deputado considera que «estes também deveriam ter sido eficazes no plano parlamentar e na explicação das propostas na sua transparência». «Quando não se responde, não se está a dar essa transparência», acrescentou.

Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, considerou em declarações ao tvi24.pt que o mais positivo desta legislatura tinha sido «o aumento do salário mínimo, após muito esforço dos trabalhadores e das suas organizações».

Nos pontos piores «teria de fazer uma grande lista», mas mesmo assim destacou «o funcionamento de uma maioria absoluta arrogante que não ouvia e recusava, sistematicamente, as propostas dos outros partidos da oposição». Algo que, para si, levou o país ao estado em que está hoje: «Mais desigual, mais injusto, mais endividado e mais dependente». Algo que resulta «muito da posição assumida pela maioria nesta legislatura».

Para Luís Fazenda, do Bloco de Esquerda, as respostas foram simples e até sintéticas: «O pior da legislatura foi a politica orçamental do Governo e o melhor terá sido a aprovação do referendo, sobre a despenalização do aborto, encerrando esse odioso assunto na sociedade portuguesa».

O tvi24.pt tentou, por diversas vezes, falar com o líder parlamentar do PS, Alberto Martins, mas até ao momento não foi possível obter qualquer declaração sobre «o melhor e o pior desta legislatura» para a bancada rosa.

Os trabalhos vão continuar a decorrer na Assembleia da República, pelo menos, até ao fim do mês. Para dia 23 de Julho está já marcada uma reunião plenária, que deve ser a última, para debater as petições recebidas pelo Parlamento e votar os diplomas que faltam.
Continue a ler esta notícia

Relacionados