O «único receio» de Rui Rio - TVI

O «único receio» de Rui Rio

Campanha de Rui Rio no Porto

Presidente apela ao voto, porque «não está nada ganho»

Eram 10h00 e já se via algum laranja na Avenida dos Aliados, local de partida habitual da «Marlene», o autocarro que transporta a campanha de Rui Rio pelas ruas do Porto. A música soava a altos decibéis e os apoiantes distribuíam «autocolantes de Elisa Ferreira», uma brincadeira de um jovem, claro, porque era a cara de Rio que se via.

«Oh pobo... o Rui Rio é o maiore!» Assim mesmo, com sotaque nortenho, falava «a arma secreta do último dia de campanha», como a apelidaram alguns social-democratas. Tratava-se de uma senhora tão ou mais empenhada na revalidação do mandato do presidente do que o próprio. Parava o trânsito, entrava nas lojas e apresentava o maiore, algo surpreendido até, aos portuenses.

«Elisa não sabe o que fiz, porque não esteve cá»

Foi assim ao longo de toda a campanha e foi assim o queimar dos últimos cartuchos esta sexta-feira. O que Rui Rio perdeu em contacto com a população, sempre do alto da «Marlene» e apenas comunicando por gestos, ganhou em animação, deixando uma marca sobretudo sonora em todos os locais por onde passou.

«A campanha correu bastante bem, com muito entusiasmo, com muita alegria. Acho que, neste momento, praticamente todas as pessoas já decidiram o seu sentido de voto. Muito pouca gente vai definir o seu voto nas últimas horas», disse o candidato aos jornalistas, numa das poucas saídas do autocarro para cumprimentar eleitores.

Confiante numa vitória «muito possível», que «se nota nas ruas, no apoio e até nas sondagens», Rui Rio deixou, no entanto, um alerta: «A vitória é no dia 11 [domingo] e não no dia 9», um dia até simpático para o social-democrata, uma vez que marca o quarto aniversário da sua segunda eleição.

«Rui Rio é quase fascista»

Depois de oito anos de mandato, de duas semanas de campanha, de debates aguerridos com os adversários, de muitos quilómetros na «Marlene», Rio só tem agora uma coisa a dizer: « Vão votar, porque o único receio que eu tenho é que as pessoas considerem que está ganho. Não está nada ganho! Só se ganha no dia 11 de Outubro e só se ganha se as pessoas forem votar.»

E o autocarro lá seguiu, com muito laranja, vários candidatos e um presidente que há oito anos não tinha um discurso da vitória preparado. Agora, haverá discurso da derrota?
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