Professores: PS diz que há esquizofrenia - TVI

Professores: PS diz que há esquizofrenia

  • Portugal Diário
  • 12 mar 2008, 08:02
A Marcha no Terreiro do Paço (foto: Filipe Caetano)

Ministra da Educação sempre disse que a avaliação dos professores é para ser feita em dois anos, refere Vitalino Canas

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O porta-voz do PS considerou existir terça-feira «uma esquizofrenia dos recuos» na análise à actuação do Governo, frisando que a ministra da Educação sempre disse que a avaliação dos professores é para ser feita em dois anos, noticia a agência Lusa.

As palavras de Vitalino Canas foram proferidas no final da reunião da Comissão Política Nacional do PS, que terminou quarta-feira de madrugada e que fez uma análise a três anos de governação socialista.

Interrogado sobre a eventualidade de o Governo fazer cedências depois de ter sido confrontado com uma manifestação de protesto de cerca de cem mil professores, o porta-voz do PS recusou e contrapôs: «Há uma esquizofrenia sobre os recuos».

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«Se há flexibilidade fala-se em recuos, se não há [flexibilidade], então [o Governo] é arrogante e autoritário. Devemos ultrapassar essa esquizofrenia», reagiu o porta-voz do PS.

Segundo Vitalino Canas, «quem esteve atento» às posições assumidas pela ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, «sabe que a avaliação é para ser aplicada com flexibilidade e em dois anos».

«Este ano apenas cerca de sete mil professores vão ser avaliados», declarou, antes de sublinhar que o modelo de avaliação dos docentes "será afinado à medida que for progredindo».

Nas declarações que fez aos jornalistas, o porta-voz do PS declarou também que a direcção do seu partido «soube ler» as consequências políticas da manifestação de professores do passado sábado.

Nessa manifestação, segundo Vitalino Canas, «confluíram várias agendas: da CGTP, do Bloco de Esquerda, até do PSD, que se colou, e outras».

«Em relação a algumas dessas agendas, temos de manifestar compreensão», apontou o dirigente socialista, antes de dizer que o PS espera que o actual clima de confronto no sector da Educação «dê lugar a um clima mais profícuo».

No entanto, Vitalino Canas deixou uma advertência: «Em democracia não se governa de acordo com os resultados das manifestações, mesmo que nelas se revelem interesses legítimos».

Para o porta-voz do PS, entre os cerca de cem mil professores que participaram na manifestação de sábado, «porventura, a maioria dos professores ainda não tem uma ideia do que é o sistema de avaliação».

«O que se está a fazer é em prol da defesa da escola pública», acrescentou.
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