A esperança de Soares em Obama - TVI

A esperança de Soares em Obama

Vitória de Barak Obama é fundamental para a União Europeia e pode representar uma viragem nas políticas neoliberais

Mário Soares defendeu na sexta-feira, em Sesimbra, que a vitória do candidato democrata, Barak Obama, nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, pode representar uma viragem nas políticas neoliberais que têm sido seguidas nos países ocidentais nos últimos anos.

«O que se passou ontem (quinta-feira) em Berlim é uma coisa fabulosa. Cerca de 200 mil pessoas foram ouvir um candidato à presidência dos Estados Unidos porque sentem que é ali que está a esperança», disse o antigo Presidente da República.

Para Mário Soares a vitória de Barak Obama também é fundamental para a União Europeia, que, na opinião do antigo dirigente socialista, tem vindo a privilegiar as questões económicas em detrimento de um projecto político.

«Sou a favor de um projecto político europeu, não de um projecto económico», disse Soares, muito crítico em relação a alguns líderes europeus, como Gordon Brown (Inglaterra), Silvio Berlusconi (Itália), mas também de Nicolas Sarkozy (França), que acusou de não terem projecto político.

Mário Soares falava a cerca de 200 pessoas no Clube de Sesimbra durante o debate sobre «A Importância da Política», promovido pelo Observa ¿ um grupo de cidadãos sesimbrenses de diversas áreas políticas.

A importância da política para o BE e o PCP

No debate, Fernando Rosas, deputado do Bloco de Esquerda eleito por Setúbal, salientou que a política está na ordem do dia em toda a Europa, onde ocorre «um ataque civilizacionalmente regressivo» aos direitos adquiridos pelos trabalhadores.

«A desregulamentação do trabalho, as privatizações da água, da energia», bem como o «agravamento drástico das desigualdades entre países e dentro de cada país», foram algumas das críticas de Fernando Rosas ao neoliberalismo dos países ocidentais nos últimos anos.

O renovador comunista Carlos Brito preferiu fazer uma outra abordagem do tema proposto para o debate, optando por enunciar algumas das razões que têm contribuído para um «afastamento cada vez maior dos portugueses da actividade política»: a inflexão para políticas de direita, que não correspondem aos anseios da população, as falsas promessas dos políticos e o funcionamento dos partidos.
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