«Assistiu-se neste início do século XXI, a um reforço do papel do Presidente no domínio da política externa de tal forma que esta é hoje uma das suas principais funções», assume Cavaco Silva.
«Nos tempos que correm, os interesses de Portugal no plano externo só podem ser eficazmente defendidos por um Presidente da República que tenha alguma experiência no domínio da política externa e uma formação, capacidade e disponibilidade para analisar e acompanhar os dossiers relevantes para o país», refere o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, no prefácio do «Roteiros IX», publicação que reúne as suas principais intervenções do último ano.
Santana Lopes ouviu o chamamento e considera ter o perfil certo para suceder a Cavaco Silva em Belém, em declarações à Rádio Renascença, justificando que encaixa no papel. Pedro Santana Lopes, atualmente à frente da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, reconhece que há outros nomes que se podem rever neste perfil, como os socialistas António Guterres e António Vitorino.
«Julgo que com experiência política externa, dos nomes falados até aqui, tem António Guterres, António Vitorino e, à direita, passo a imodéstia, eu próprio, pelas funções como primeiro-ministro e outras», confessou Santana Lopes.
De fora ficam Durão Barroso que «se excluiu» da corrida, Marcelo Rebelo de Sousa, Rui Rio ou Carvalho da Silva.
«Se fosse Cavaco Silva a escolher, alguns estariam eliminados à partida. Marcelo Rebelo de Sousa, Rui Rio, Sampaio da Nóvoa, Carvalho da Silva», disse Santana Lopes na rádio, acrescentando que, «curiosamente, Cavaco Silva exclui, segundo essas características, o seu conselheiro de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, por si nomeado».
Cavaco Silva entende que Presidente e Governo devem falar a uma só voz, a «voz de Portugal». Cavaco termina o mandato daqui a um ano e já não pode recandidatar-se.