Uma entrevista «frustrada», «sem novidades»

O PCP considerou este sábado que a entrevista do primeiro-ministro, Jose Sócrates, ao DN/TSF serve para «justificar as políticas erradas» do Governo. Em declarações à agência Lusa, Jorge Cordeiro, da Comissão Política do PCP, afirmou que nesta entrevista o primeiro-ministro faz um «anúncio implícito» de que «no essencial o rumo é para manter».



O CDS-PP classificou a entrevista como «muito justificativa» e «sem novidades» e considerou que José Sócrates mostrou "falta de energia" para apresentar soluções imediatas às famílias.

CDS-PP: «Muito justificativa» e «sem novidades»

«O primeiro-ministro sentiu algumas dificuldades em mostrar resultados e sentiu-se uma certa falta de energia e de capacidade de adaptação à nova situação económica», disse à Agência Lusa o líder parlamentar do CDS-PP, Diogo Feio.

«Este foi mais um exercício de passa culpas em relação à situação internacional. É que é preciso sublinhar que as falhas internas também tiveram o seu contributo para a actual situação económica do país».

«Tentativa frustrada» de responsabilizar crise internacional pela situação do país

O Bloco de Esquerda classificou a entrevista como uma «tentativa frustrada» de responsabilizar a crise dos mercados internacionais pela actual situação económica do país. «O primeiro-ministro insiste que a crise internacional dos mercado financeiros é responsável pela crise económica e social e não é verdade. Sabemos que ajudou, mas a actual situação do país tem mais a ver com os erros e orientações do Governo PS», afirmou o deputado do BE João Semedo, em declarações à agência Lusa.

«Os baixos salários, o desemprego, as dificuldades em pagar as prestações da casa e a perda de poder de compra são anteriores à crise dos mercados financeiros internacionais», acrescentou. O parlamentar classificou ainda de «demagógica» a atitude do primeiro-ministro de «procurar dizer que a crise internacional é a mãe de todas as culpas». «A crise não é só financeira. É do modelo e do sistema económico e sobre isso José Sócrates nada disse».