Segurança: Nuno Melo desafia PS e PSD a reconhecerem erros

A segurança foi o tema escolhido por Nuno Melo para as acções da candidatura do CDS às Europeias. «E é um tema a que o CDS dedicou aliás muito tempo durante esta legislatura», garantiu. Primeiro no estabelecimento prisional de Custóias, depois na esquadra da PSP de Santa Maria da Feira, Nuno Melo não poupou críticas ao Pacto de Justiça de PS e PSD. «O PS e o PSD estão para as questões de segurança como o 6 e a meia dúzia», afirmou. Isto porque, assegura Nuno Melo, «o pacto de Justiça que assinaram redundou num aumento da criminalidade». «Eu desafio agora os dois partidos que fizeram reformas a contra-ciclo, afrouxando as medidas quando havia um aumento da criminalidade, a reconhecerem os seus erros e a corrigirem os defeitos, aceitando algumas medidas propostas pelo CDS».

Mas para o candidato, «a segurança é um problema europeu, basta ver que 20 por cento dos detidos em Portugal são estrangeiros. Se há matéria que deve ser articulada no plano europeu são as matérias da segurança e da justiça na medida do possível, até da uniformização legislativa que se pode conseguir». Por isso, Nuno Melo quer, e espera que o país também queira, «a eleição de mais do que um deputado do CDS para o Parlamento Europeu, para marcar a agenda política como fazem a nível nacional e fazer bem oposição, lá como cá».

Embora garanta que o CDS não é oposição ao PSD, até porque fazem parte da mesma família política europeia, o Partido Popular Europeu (PPE), Nuno Melo quer levar a visão do CDS, «que é diferente da do PS e do PSD», a Bruxelas.

Em ambas as acções, os jornalistas não puderam entrar e a grande parte das queixas que guardas prisionais e agentes da PSP terão feito a Nuno Melo não foram divulgadas.

Polícias vêem as condições em que trabalham os colegas lá fora

As condições em que trabalham os polícias de Santa Maria da Feira, com a esquadra a funcionar numa antiga casa de habituação, foi um dos temas abordados, diz Nuno Melo. «E esta também é uma questão europeia, porque estas pessoas que trabalham para a nossa segurança vêem as condições que têm os colegas lá fora». E uma vez mais, criticando directamente o Governo, o cabeça-de-lista do CDS lamenta que, «numa altura em que se fala de obras públicas para resolver os problemas do país não de faça nada para dotar as forças de segurança de condições de trabalho».

Questionado sobre o porquê de não abordar outros temas europeus, Nuno Melo, explica que «o comandante da PSP não quer ouvir falar do referendo ao Tratado Constitucional, da adesão da Turquia ou da questão do Kosovo». Mas garante que não foge a esses temas «até porque o CDS tem uma posição clara sobre todos eles». «Já desafiei o dr. Vital Moreira e o dr. Paulo Rangel para debaterem essas questões, mas eles não querem, fogem. Eu não fujo a debates e aliás, naqueles em que participei, acho que não me saí mal», adiantou Nuno Melo.

Paulo Portas junta-se agora à comitiva para a visita a uma empresa de Gaia e assume a campanha na terça-feira, já que Nuno Melo estará presente na Comissão Parlamentar de Inquérito ao caso BPN.