BPN: Passos Coelho quer esclarecimentos do Governo - TVI

BPN: Passos Coelho quer esclarecimentos do Governo

Pedro Passos Coelho

Embora afirme que a intervenção do Estado no Banco «talvez se justifique»

O ex-candidato à liderança do PSD Pedro Passos Coelho considerou que a intervenção do Estado no Banco Português de Negócios «talvez se justifique», mas alertou que o Governo ainda tem de esclarecer «muitas dúvidas».

«É uma medida que talvez se justifique sobretudo para proteger os interesses dos depositantes e para evitar um risco de contágio a outros bancos», afirmou Pedro Passos Coelho, em declarações à Agência Lusa.

O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, anunciou que o Governo vai propor à Assembleia da República a nacionalização do Banco Português de Negócios (BPN), que acumulou perdas no valor estimado de 700 milhões de euros.

Passos Coelho alertou, contudo, que «a situação que se está a viver no BPN não é uma consequência da crise financeira», lembrando que esta instituição financeira «já tinha problemas estruturais».

«Há ainda muitas dúvidas que o Governo tem de responder antes de ter o aval do Parlamento», defendeu, questionando se o actuais accionistas do BPN serão ou não co-responsabilizados pela situação do banco.

Medidas para pagar a curto prazo dívidas às empresas

Por outro lado, o antigo líder da JSD congratulou-se com a medida também anunciada pelo Governo de pagar a curto prazo dívidas da administração central às empresas no valor de 1200 milhões de euros e das autarquias locais e regiões no valor de 1250 milhões.

«É uma intenção com a qual me congratulo e que acho que devia ter sido desde o início a primeira medida do Governo no sentido de minorar a crise (...) corresponde a uma obrigação moral do próprio Estado», afirmou Passos Coelho, comentando uma medida que tinha defendido na campanha interna para a liderança do PSD.

O ex-candidato sublinhou que ainda não é conhecida a forma como o Governo vai concretizar este pagamento de dívidas.

«Tenho vindo a defender que uma solução expedita para essa matéria é emissão de dívida pública, ir buscar ao mercado financeiro com encargos futuros este dinheiro de que o Estado precisa», defendeu.
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