Defensor quer mobilizar abstencionistas, Nobre acredita em segunda volta com Cavaco - TVI

Defensor quer mobilizar abstencionistas, Nobre acredita em segunda volta com Cavaco

Candidatos às presidenciais falaram do BPN, da classe política e do orçamento

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As sondagens não dão números elevados a Defensor Moura e Fernando Nobre, mas ambos acreditam que vão sair-se melhor do que isso nas eleições presidenciais de 23 de Janeiro.

«Estou aqui para ir à segunda volta e vencer Cavaco Silva. Se ele chegar à segunda volta comigo, será o meu principal opositor», disse Nobre, no debate na RTP.

Já o ex-presidente da Câmara de Viana do Castelo acredita que vai «contribuir» para uma segunda volta. «O meu eleitorado será principalmente de abstencionistas, vou mobilizar os descontentes com a candidatura de Manuel Alegre e dos outros candidatos», afirmou.

Em relação ao Orçamento de Estado para 2011, os dois candidatos mostraram-se em lados opostos. «Se eu fosse Presidente, eu vetaria este orçamento», garantiu o presidente da AMI.

«Eu votei favoravelmente, porque concluí que era uma aprovação que não tinha outra saída. Este orçamento, eu viabilizava», contrapôs Defensor.

Quanto ao caso BPN, que entrou definitivamente na campanha presidencial, Fernando Nobre apelidou-o de «tragédia nacional». «A Justiça existe para actuar. Que ela investigue tudo o que tem a investigar», resumiu.

Já Defensor Moura desejou uma «decisão definitiva». «Deve fazer-se uma avaliação definitiva. Se os 500 milhões de euros forem precisos, conclua-se de uma vez por todas», declarou.

Questionado acerca das declarações de José Sócrates sobre o aproveitamento de alguns candidatos da pobreza do país, Nobre criticou os «políticos profissionais», que «tanto falam de cidadania», mas «não gostam de ver um cidadão em assuntos que pelos vistos estão reservados a uma classe».

«Agora não posso falar do meu passado e do que fiz. Desci à terra aos 59 anos pelos vistos. Por que é que de repente não posso falar de pobreza, do meu percurso de vida? Sou logo apelidado de ser populista e demagogo», criticou.

O deputado socialista também criticou os que se aproveitam da pobreza na campanha, lamentando: «A política é uma actividade nobre, embora haja gente na política que não é nobre.»

Defensor Moura considerou que «o Governo está a fazer o esforço suficiente para não sermos explorados pelos mercados europeus», enquanto Nobre acredita que «somos todos co-responsáveis pela crise, mas uns são mais do que outros», referindo-se ao Governo, à Assembleia da República e ao Presidente.

Apelando à regionalização, Defensor revelou ainda que, depois do debate com Cavaco Silva, recebeu «telefonemas de gente do PSD e do PS». «Disseram que tive a coragem de ter dito coisas que outros não tiveram», contou.

Fernando Nobre garantiu ainda que, se Mário Soares entrasse na corrida, ele continuaria a concorrer. «Até porque Mário Soares disse que só faria um mandato se fosse eleito», disse.
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