Manuela Ferreira Leite «risca» TGV

A presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, afirmou esta quinta-feira que se formar Governo riscará o investimento na rede ferroviária de alta velocidade (TGV) e estimou que o desemprego poderá atingir os dez por cento, escreve a Lusa.

Entrevistada esta noite na RTP1, Manuela Ferreira Leite considerou que «na situação actual do país, que está com um nível de endividamento absolutamente incomportável, não é possível fazer investimentos - sejam eles quais forem - que impliquem grandes importações».

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A presidente do PSD disse que estará «sempre contra» investimentos cujo benefício «não tenha nada a ver com a produção nacional, porque vai ser tudo importado, nem com a mão-de-obra nacional, porque vai ser toda importada».

Questionada pela jornalista da RTP Judite de Sousa sobre a que projectos estava a referir-se, Manuela Ferreira Leite respondeu: «Se insiste e quer que eu lhe diga um, eu dir-lhe-ei que sendo Governo riscarei imediatamente o TGV».

«Gostava de viver num palácio, mas não tenho dinheiro»

«Não avançarei com o TGV porque é um investimento que tem uns custos presentes e futuros de tal forma violentos para o país que não são comportáveis com o nosso nível de endividamento. Eu gostaria imenso de viver num palácio, acontece que não posso porque não tenho dinheiro para isso», acrescentou.

Ferreira Leite voltou a defender que, «se há folga orçamental», como diz o Governo, «essa margem deve ser utilizada para baixar impostos e não para aumentar a despesa», defendendo em concreto uma redução da taxa social única e do IRS.

Por outro lado, questionada sobre o desemprego, a presidente do PSD disse esperar «um agravamento da taxa de desemprego».

«Infelizmente eu admito que a taxa de desemprego seja capaz de subir mais de um ponto ou dois. Pode atingir os dez por cento e se não atingir os dez por cento é porque existe muito artifício», previu.

«Não» a Gonçalo Amaral

Ferreira Leite afirmou ainda que os critérios definidos pela direcção social-democrata excluem a possibilidade de o ex-inspector da PJ Gonçalo Amaral ser candidato pelo Partido à Câmara de Olhão.



«Os critérios que estão definidos não levam a poder aceitar. O argumento fundamental é que é uma pessoa que há muito pouco tempo, um mês ou dois, estava ligada ao sistema de justiça e os políticos não podem dar a ideia de que existe uma promiscuidade entre a política e a justiça e a política», justificou.

Apoio a Santana Lopes

Por outro lado, a líder do PSD afirmou que apoia «categoricamente» a candidatura de Pedro Santana Lopes à presidência da Câmara de Lisboa, «da mesma forma» que está convicta de que tem o apoio do ex-primeiro-ministro nas legislativas.

«Vamos às eleições»

«Tem credibilidade para presidente de Câmara por vários motivos. Em primeiro lugar já foi presidente de câmara, em segundo lugar fez obra enquanto presidente de câmara, em terceiro lugar está disponível e em quarto lugar ele é o melhor candidato do PSD para a Câmara Municipal de Lisboa», considerou.

Ferreira Leite não quis comentar o desafio do ex-presidente Luís Filipe Menezes para que a sua direcção se demita mas acabou por dizer que lhe dá «vontade de rir» admitir uma demissão «por causa de sondagens ou porque havia um militante que não gosta dela por motivos de natureza pessoal». «Será esta direcção que vai às eleições», afirmou.