Jardim: «Eu sou o elo mais fraco» - TVI

Jardim: «Eu sou o elo mais fraco»

Alberto João Jardim

Presidente do Governo Regional diz ter sido «obrigado» a assinar o acordo financeiro com o Governo

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O presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim, disse esta quinta-feira ser ter sido «obrigado» a assinar a Carta de Intenções do Plano de Ajustamento Financeiro por ser o «elo mais fraco» nas negociações com Lisboa.

«Houve um documento que fui obrigado a assinar para a Madeira não perder a liquidez (...) Esta não é a minha política. A minha política era pôr dinheiro em circulação. Eu sou o elo mais fraco nestas negociações», declarou na primeira entrevista à RTP/Madeira depois da apresentação pública da Carta de Intenções.

O governante madeirense acrescentou que a sua preocupação «é encontrar o modelo que permita a autonomia sobreviver através da sustentação das suas finanças públicas», sustentação esta que estará ganha «se dentro de quatro anos» a dívida estiver «reduzida a 40 por cento do produto interno bruto da Madeira», disse.

«Neste momento, o meu objectivo é resolver este problema com a República Portuguesa, em termos da troika não chatear», observou.

«Este documento foi assinado em estado de necessidade para memória futura porque, quer a Carta de Intenções, quer o que terei de assinar do Plano de Ajustamento Financeiro, não são o fim da história, mas quero chegar ao fim do mandato com a situação financeira resolvida», ressalvou, reconhecendo haver ¿coisas que só se conseguirá resolver nos tribunais¿ (as responsabilidades do Estado em matéria de Educação e Saúde).

Alberto João Jardim admitiu que «o problema mais grave» da Madeira é a falta de liquidez, razão pela qual «está com calças na mão», como caracterizou.

A justificar a caracterização, questionou: «Os senhores querem que a Região Autónoma, com a autonomia limitada que tem, com 250 mil pessoas, tenha força para impor coisas a um governo soberano da República Portuguesa, de um território com dez milhões de pessoas, que ainda por cima é orientado pela toda poderosa União Europeia, pelo todo poderoso Banco Central Europeu e pelo todo poderoso Fundo Monetário Internacional, que impõem as políticas ao Governo e [quando] quem pôs o País neste estado foram os socialistas?».

Disse ainda não estar em condições de revelar quando será assinado o plano de resgate à Madeira, sublinhando: «No País em que vivo, chamado República Portuguesa, eu não estou em condições, mesmo que eu tenha quase a certeza que eu garanto coisa nenhuma, porque isto é um país de loucos, que a gente não se entende já no meio disto tudo».

Jardim argumentou que Portugal não estava em posição de perdoar a divida da Madeira, o que nem a troika iria permitir, e que foi impedido de cumprir a promessa de não aumentar os impostos na Região.
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