PSD reage a Marcelo: «Manuela falou sobre a crise»

NOTÍCIA ACTUALIZADA

Não foi Manuela Ferreira Leite a reagir, mas alguém em sua defesa. O vice-presidente Paulo Mota Pinto decidiu usar os microfones da TSF para responder às declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, que acusou a líder do PSD de não falar na altura certa, remetendo-se ao silêncio sobre a crise mundial.

Mota Pinto considerou que Marcelo Rebelo de Sousa se expressou sobre algo que não sabe, aproveitando para recordar declarações recentes de Ferreira Leite: «A própria TSF noticiou no sábado que Manuela Ferreira Leite garantiu que o PSD está disponível para apoiar o Governo naquilo que forem medidas necessárias para resolver o problema do país».

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Para além disso, lembrou que a líder do partido fez uma intervenção «dedicada à crise financeira» na semana passada.

Contradições?

Entretanto, o líder parlamentar do PSD recusou, em Bruxelas, a acusação do ministro das Finanças de que seriam «contraditórias» as declarações feitas pelo líder da bancada e a presidente do PSD sobre alterações das taxas de IRC.

«Dissemos exactamente a mesma coisa¿» e «julgo que o senhor ministro [Teixeira dos Santos] disse isto porque a contradição está no governo», afirmou Paulo Rangel à margem de uma reunião do PPE, a família política europeia do PSD.

O dirigente social-democrata sustenta que o Governo anunciou iniciativas que «não vão ter qualquer impacto» e que «só têm efeitos em 2010»: a redução da taxa de IRC e uma nova linha de crédito de 1.000 milhões de euros.

Por outro lado, no mesmo dia o executivo «fez aprovar no Parlamento duas medidas muito graves para as PME», a primeira foi o aumento do imposto de 5 para 10 por cento das despesas de representação e a segunda foi a antecipação do pagamento especial por conta que passou do dia 30 para o dia 15 de Dezembro.

O Governo «fez isso às escondidas, pela porta das traseiras, mas estas medidas têm impacto já em 2008», concluiu o líder parlamentar do PSD.

Recorde-se que o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, afirmou no domingo que as declarações de Ferreira Leite e de Paulo Rangel, sobre as alterações à taxa de IRC são «contraditórias».

«Não vi as declarações da dra. Manuela Ferreira Leite ao vivo, mas o que tenho a dizer é que há aqui uma contradição entre o que disse o líder da bancada parlamentar do seu partido e aquilo que a líder parece estar a dizer», disse Teixeira dos Santos, no final da reunião do Conselho de Ministros extraordinária.