Louçã critica «negociação pantanosa» do Orçamento

O líder do Bloco de Esquerda considerou este sábado que o debate do Orçamento de Estado se transformou numa «confusão» e acusou o Governo de querer «um Orçamento que deixe tudo na mesma».

«Ao recusar o alargamento do subsídio de desemprego, ao recusar um imposto mínimo sobre as mais-valias bolsistas, ao recusar combater a especulação, ao aliar-se à direita que protege esta política económica e a desgraça social que ela representa, o Governo de Sócrates mostrou que pretende um Orçamento que deixe tudo na mesma», denunciou Francisco Louçã em conferência de imprensa.

No entender do dirigente bloquista, «deixar tudo na mesma é promover esta confusão enorme que é um pântano orçamental que, um pouco à semelhança do queijo Limiano há alguns anos atrás, vai impor as vantagens e negociações de vários partidos contra o interesse da responsabilidade que deveria ser a resposta à crise».

«Queremos um Orçamento de clarificação, de respostas, de alternativas, e um bom Orçamento é aquele que começa por responder ao desemprego, à dificuldade da vida dos trabalhadores mais pobres e à injustiça que atinge as vítimas desta crise, esse seria um bom Orçamento», afirmou.

Louçã destacou que «o BE tem uma atitude completamente distinta desta negociação pantanosa do PS» e assumiu o compromisso de que o partido agirá a partir de terça-feira, dia que em que OE será apresentado.

«O BE regista que a confusão orçamental substituiu a clareza das respostas e é na clareza das respostas que agiremos a partir de terça-feira no dia em que o Orçamento será apresentado», reiterou.

O compromisso do Bloco vai no sentido de «lutar contra o desemprego, contra a precariedade e de defender os salários mais baixos e as pensões mais baixas que são dois milhões de pobres em Portugal».