«Não aceito que o Governo intervenha para condicionar a liberdade» - TVI

«Não aceito que o Governo intervenha para condicionar a liberdade»

Francisco Louçã no Parlamento

Francisco Louçã diz que não é aceitável falar de espionagem política a propósito de investigações judiciárias

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Francisco Louçã defendeu esta sexta-feira, a propósito da comissão de inquérito que o BE solicitou à Assembleia da República para averiguar da interferência do Governo na comunicação social, que não é aceitável falar de espionagem política a propósito de investigações judiciárias.

«Já disse ao primeiro-ministro, olhos nos olhos, - e fui o único a dizê-lo - que não aceito nunca que o Governo fale de espionagem política a propósito de investigações judiciárias», afirma o líder do BE.

«Não aceito que a justiça se misture com a política e não aceito que o Governo intervenha para condicionar a liberdade de um grupo de comunicação social ou uma televisão», acrescentou.



«O primeiro-ministro sabe disso e por isso é que reage sempre com tanta violência contra o Bloco de Esquerda», criticou.



Quanto à possibilidade de José Sócrates se demitir na sequência dos eventuais resultados da referida comissão parlamentar, o líder bloquista declara: «Este Governo foi eleito, tem um orçamento aprovado por esta coligação negativa entre PS, PSD e CDS, e não tiro conclusões antes do trabalho de uma comissão que faça uma investigação concreta.»

Defendendo que «é estritamente do domínio político [a responsabilidade de] saber se um Governo interveio ou não de forma ilegítima no uso de dinheiros públicos para comprar um canal de televisão e assim determinar a sua linha editorial», Francisco Louçã diz que «é à Assembleia da República que cabe apurar os factos».

«Não podemos continuar a perder tempo sobre esta matéria. O Bloco de Esquerda pediu uma comissão de inquérito para esclarecer inteiramente tudo o que aconteceu, sem margem para dúvidas, porque, se há um apodrecimento do ponto de vista da liberdade de imprensa, o país fica a perder», diz.

Louçã diz-se convencido de que «não se pode exigir ou pressionar os tribunais porque não são eles que vão dar o esclarecimento de que Portugal precisa» e, no mesmo espírito, argumenta que «o Presidente da República só deve intervir no âmbito do seu mandato».

«Não creio que nesta matéria alguém possa substituir o esclarecimento que a Assembleia da República deve dar», justifica. «Estamos a viver de versões, temos que confrontar todas as pessoas que actuaram neste caso (...) e é à Assembleia da República que cabe fiscalizar».
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