PS pede explicações sobre transportes em Lisboa

O PS desafiou esta quinta-feira o Governo a esclarecer se concorda com as propostas do grupo de trabalho para a mobilidade na área metropolitana de Lisboa e manifestou preocupação pela lógica única de racionalização de custos, noticia a Lusa.

A posição foi assumida pelo deputado e líder do PS/Lisboa, Rui Paulo Figueiredo, adiantando que é intenção da bancada socialista requerer com carácter de urgência as conclusões do estudo elaborado por este grupo de trabalho designado pelo Executivo.

Em causa está um conjunto de medidas nos transportes que passam pelo encerramento da circulação em toda a rede do metro às 23:00, o encerramento às 21:00 entre o Colégio Militar e Amadora e entre Campo Grande e Odivelas, a supressão de 23 carreiras da Carris, a redução da oferta em mais 23, e a supressão de todo o serviço nocturno.

O encerramento total das ligações fluviais ao Porto Brandão, Trafaria, Seixal e ao Montijo no fim-de-semana e uma redução geral dos restantes horários, a redução da oferta da CP, com especial incidência fora das horas de ponta e o desaparecimento de títulos de passe próprios da Carris e do Metro, são outras medidas contempladas.

«O PS está disponível para debater de forma construtiva este tema e nesse sentido fazemos um repto ao Governo para que assuma publicamente quais as propostas em que se revê face aos vários cenários apresentados pelo grupo de trabalho. Mas o PS também entende que este assunto não pode apenas ser encarado na óptica da racionalização dos custos, embora esse ponto seja também importante», advertiu Rui Paulo Figueiredo.

Para o deputado socialista, com a projectada reestruturação nos transportes, «terá de existir um objectivo de melhoria da mobilidade individual na área metropolitana de Lisboa».

«O que veio a público preocupa-nos muito, porque estamos a falar numa perspectiva única de racionalização de custos sem ter em atenção uma perspectiva de mobilidade. É absolutamente ridícula a proposta do grupo de trabalho para o encerramento mais cedo do metro. Discordamos dessa proposta e esperamos que o Governo não se reveja nela», disse.

No que respeita à Carris e à Transtejo, Rui Paulo Figueiredo disse que o PS concorda com o fim de «algumas redundâncias, mas tem que ser feita uma análise mais fina e não apenas com base numa lógica de supressão de carreiras, pondo as pessoas fechadas em casa».

«Quando se trata destes temas, o Governo não pode esquecer que estamos a falar de pessoas e não podemos ter apenas uma visão de números, lógica que terá presidido ao estudo deste grupo de trabalho», acrescentou.