Sócrates e Teixeira dos Santos são «polícia bom e polícia mau» - TVI

Sócrates e Teixeira dos Santos são «polícia bom e polícia mau»

Disse líder do PCP que defendeu ainda «a unidade de acção» na luta dos trabalhadores

O líder do PCP considerou hoje que o primeiro-ministro e o ministro das Finanças são como «o polícia bom e o polícia mau», com Teixeira dos Santos a avisar que os cortes nos salários da administração pública «vão prolongar-se», informa a Lusa.

Jerónimo de Sousa comentava assim a garantia de José Sócrates deixada na quinta-feira no Parlamento, quando interpelado pelo PCP sobre se os cortes de cinco por cento de massa salarial da função pública são para aplicar apenas em 2011 ou também nos anos seguintes.

«Este ano haverá uma descida dos salários e no próximo ano haverá uma nova negociação entre Estado e sindicatos para definir o que vai acontecer quanto aos salários para 2012.

Isso aplica-se este ano, tal como se aplica em Espanha», afirmou o primeiro-ministro durante o debate quinzenal.

Na véspera, na apresentação das medidas de austeridade, o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, garantira que o corte será mantido após o próximo ano: «a proposta de redução dos salários operada em 2011 é para manter-se a partir de 2011, é para ficar», disse o ministro.

«Esperamos não ser confrontados com a ideia do polícia bom e do polícia mau, em que Sócrates não quer assumir esse odioso e o ministro das Finanças, à cautela, vai lembrando que não, que não vai ser assim, que vai prosseguir esta ofensiva e que os salários da administração pública não estão sujeitos apenas a uma medida conjuntural, mas a uma medida que tende a prolongar-se no tempo», afirmou hoje à Lusa o secretário-geral do PCP, à margem de um encontro com a direcção da Casa do Douro, na sede do partido, em Lisboa.

Jerónimo de Sousa, defendeu hoje que «a unidade na acção é uma arma importantíssima» e pode determinar «o êxito da luta» dos trabalhadores, comentando a eventual adesão da UGT à greve geral convocada pela CGTP.

O secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, propôs hoje a unidade de acção para a greve geral de 24 Novembro, deixando assim o convite à participação da UGT no protesto contra as medidas de austeridade anunciadas pelo Governo, uma decisão que a central sindical liderada por João Proença deverá tomar ainda hoje.

«A unidade na acção foi sempre uma questão fundamental. Hoje os banqueiros, os grandes grupos económicos estão unidos nesta operação ideológica e têm a seu favor o Governo e poderosos meios de comunicação social. Aos trabalhadores resta uma arma importantíssima, que é a sua unidade na acção», afirmou.
Continue a ler esta notícia