«PSD apoiará Governo se precisar de pedir ajuda» - TVI

«PSD apoiará Governo se precisar de pedir ajuda»

Passos Coelho diz que só o Governo sabe se é preciso recorrer a ajuda externa e que só o Executivo pode pedi-la

O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, garantiu esta sexta-feira, que se o Governo tiver de pedir ajuda externa, contará com o apoio dos sociais-democratas. Passos Coelho exclui que um eventual pedido de ajuda ao FMI seja feito por Cavaco Silva, como afirmou esta quinta-feira o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos. «O Presidente da República não tem poderes executivos. É o Governo que tem competência, estando em gestão ou não, para assegurar as responsabilidades do Estado Português perante o exterior», disse o líder do PSD. Também a Comissão Europeia contraria Teixeira dos Santos que ontem disse que Governo de gestão «não tem condições» para assumir compromissos.

«Isso significa que, se alguma coisa excepcional ocorrer, e eu espero que não ocorra, mas se ocorrer, o Governo tem todas as condições para poder enfrentar essa situação», garantiu, frisando: «O PSD não deixará de apoiar um recurso de emergência que possa ter de ser feito. A única coisa que não pode acontecer é que não haja segurança da parte do país no compromisso das suas obrigações externas».

«Qualquer quadro de ajuda mais estrutural só pode ser negociado por um futuro governo», começou por dizer, mas adiantou: «O Governo, que é quem gere a carteira, quem sabe se há dinheiro, achar que é preciso contrair um empréstimo especial para evitar um incumprimento de Portugal no exterior, tem todas as condições para o fazer e não é o PSD que vai pôr isso em causa. O PSD apoiará esse pedido», disse, frisando depois que «só o Governo é sabe avaliar» se é preciso recorrer já a essa ajuda.

Passos Coelho assinalou ainda que «o PSD respeitará» as garantias que o Governo tiver de dar «quer na comissão permanente da AR, quer quando for Governo a seguir».

Questionado se é inevitável uma subida de impostos, o líder do PSD não se quis pronunciar. «Precisamos de conhecer a situação real». «Hoje sabemos que afinal, a ilusão que foi vendida durante muitos anos ao país, de que as contas estavam bem, finalmente os portugueses percebem que não é assim», disse.

PSD espera que não sejam necessárias mais medidas de austeridade

Passos Coelho defendeu que o caminho para «superar esta situação» não é «mais austeridade», mas sim «criar condições para o emprego e o crescimento da economia apareçam».

«O que nós precisamos é que o Estado faça aquilo que os portugueses já têm vindo a fazer, que o Estado, ele próprio, faça austeridade».

«Eu sou professor de economia e tenho uma noção muito clara do que é o país hoje precisa. O país não precisa de mais promessas de impostos e de mais sacrifícios só porque o Estado não faz aquilo que deve. O Estado tem de diminuir as suas despesas, tem de racionalizar o sector empresarial e tem de dar esperança e mobilização ao país», reforçou.

Se o Estado tivesse diminuído a sua despesa, os «impostos e sacrifícios teriam sido evitáveis», sustentou.

Quanto a um eventual aumento de impostos, o presidente do PSD reiterou que, numa situação extrema», numa «situação limite», se tiver de optar, prefere «mil vezes olhar para os impostos sobre o consumo do que estar a ir às pensões das pessoas que têm 200 e tal ou 300 e tal euros».

Ideia de que PSD vai acabar com subsídio de férias «é um disparate»

Durante uma visita à Escola Secundária de Forte da Casa, no concelho de Vila Franca de Xira, o presidente do PSD foi abordado por duas estudantes que lhe perguntaram: «Vai tirar os subsídios de férias aos nossos pais?».

«Eu nunca ouvi falar disso no PSD. Eu já ouvi o primeiro-ministro dizer, infelizmente, que o PSD quer acabar com muitas coisas e também com o 13.º mês, mas nós nunca falámos disso e isso é um disparate», respondeu Pedro Passos Coelho.

As duas jovens concordaram: «Pois, também nós achamos». «Isso é um disparate», reforçou Passos Coelho.
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