Alegre critica quem se cala perante um ataque especulativo «injusto e irracional» - TVI

Alegre critica quem se cala perante um ataque especulativo «injusto e irracional»

O candidato às presidenciais do PS e do BE defende que a subida dos juros da dívida pública não corresponde à situação económica do país e acha que a intervenção do FMI é evitável

O candidato presidencial Manuel Alegre criticou esta quarta-feira o silêncio de responsáveis políticos nacionais, sem referir nomes, perante o que classifica de ataque especulativo injusto que faz subir os juros da dívida pública.

«Os juros da dívida têm a ver com a capacidade do país e a subida dos juros não corresponde à nossa situação económica: é injusta e irracional», referiu Manuel Alegre numa declaração aos jornalistas, no final de uma visita a uma empresa têxtil da Covilhã, citado pela agência Lusa.

Para o candidato, «quem se cala parece que está de acordo com a avaliação dos especuladores e empresas de 'rating'».

«Eu digo. Há quem prefira calar-se. Eu acho que o silêncio é comprometedor, mas também revela uma outra forma de representar e defender o interesse nacional», destacou.

Questionado sobre a quem dirige as críticas, Manuel Alegre não respondeu: «Tirarão a vossa conclusão», disse.

Questionado sobre se acha inevitável uma eventual intervenção do Fundo Monetário Internacional em Portugal, Alegre refutou a ideia: «Devemos resolver os nossos problemas pelos nossos próprios meios e a palavra 'inevitável' deve ser abolida», assim como a palavra «fatalidade».

«Devemos resistir à inevitabilidade e fatalidade. Só é inevitável o que queremos que o seja», concluiu.

Manuel Alegre visitou a fábrica de fiação Fiper, na Covilhã, onde foi guiado pelo proprietário António Lopes empresário eleito pelas listas do PS noutro concelho, em Oliveira do Hospital, onde preside à Assembleia Municipal.

O candidato presidencial quis ilustrar com a passagem pela empresa, que esteve fechada e foi recuperada, a necessidade de um novo rumo para a economia nacional.

«Não nos libertaremos dos credores sem mudar o nosso modelo de desenvolvimento e sem políticas de crescimento económico e de emprego», destacou Alegre, após um convívio com algumas dezenas de trabalhadores da fábrica.
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