Ministro nega represálias contra Borges - TVI

Ministro nega represálias contra Borges

  • Portugal Diário
  • 30 mar 2008, 13:58
Ministro da Economia, Manuel Pinho

Ex-vice-presidente da Goldman Sachs diz que banco foi penalizado, após economista ter feito críticas ao Governo

O ministro da Economia, Manuel Pinho, negou este domingo alguma vez ter exigido um pedido de desculpas a António Borges sobre as acusações que fez sobre a EDP e disse não se lembrar de ter falado com o economista após o congresso do PSD de 2005, noticia a agência Lusa.

Em entrevista ao jornal Público, António Borges acusou Manuel Pinho de «exigir a apresentação de um pedido de desculpas» pela sua crítica à forma como foi conduzida a mudança de presidência na EDP, «caso contrário nunca mais haveria trabalho para o [banco] Goldman Sachs em Portugal». «Aliás, como nunca mais houve», acrescentou António Borges, que na altura era vice-presidente daquele banco norte-americano [ver peça relacionada].

António Borges acusou ainda Manuel Pinho de lhe ter comunicado pessoalmente que «todos os contratos com o Goldman Sachs estavam cancelados» no dia seguinte ao congresso do PSD de 2005, em que o economista se disponibilizou para ajudar o partido a fazer oposição ao Governo.

«Certamente, não fiz nenhum pedido», respondeu Manuel Pinho, quando questionado se tinha exigido desculpas a António Borges sobre a questão da EDP. «Honestamente, não me lembro de ter falado» com António Borges após o congresso social-democrata de 2005, acrescentou o ministro da Economia.

Manuel Pinho falava aos jornalistas em Viseu, no final da assinatura de contratos do QREN com 27 pequenas e médias empresas de todos o país.

Recordando que os «banqueiros são normalmente muito reservados», Manuel Pinho considerou «peculiar que três anos depois, um gestor de banca venha falar de episódios».

Pinho negou ter feito qualquer contrato com o Goldman Sachs ou qualquer outro banco para consultoria financeira para resolver a situação, que considerou grave, no sector energético, porque o que estava em causa era «uma decisão política». Admitiu, porém, que a EDP pudesse ter um contrato com aquele banco, remetendo para governos anteriores qualquer explicação sobre «verbas envolvidas nessa consultoria e os resultados obtidos».
Continue a ler esta notícia