O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou esta segunda-feira que se deve reconsiderar a idade da reforma dos camionistas de longo curso, referindo que vai levar essa preocupação "a quem de direito".
Na viagem que Marcelo fez, esta segunda-feira, entre Lisboa e Porto, num camião, Marcelo Rebelo de Sousa chamou a atenção para o "problema" da idade da reforma dos camionistas de longo curso, uma atividade com desgaste, em que se está ao volante "horas e horas", de dia ou de noite, e, por vezes, "em condições climatéricas horríveis e em situações muito, muito difíceis".
Para o chefe de Estado, face aos relatos que foi ouvindo durante a viagem, "faz com que tenha alguma lógica considerar que aos 61, 62, 63 ou 64 anos não se tenha a visão, os reflexos ou a capacidade física" necessárias para a tarefa.
Num percurso entre Condeixa-a-Nova e a Mealhada, que a agência Lusa acompanhou, Marcelo Rebelo de Sousa, no lugar do pendura, foi fazendo perguntas à camionista de longo curso Alexandrina Santos, mas também tecendo algumas considerações.
Para além da questão da idade da reforma, Marcelo Rebelo de Sousa mostrou-se também preocupado com o facto de os motoristas terem de fazer cargas e descargas, uma atividade que não é a sua e que acaba por representar "uma sobrecarga adicional".
A questão da idade da reforma e das cargas e descargas, no que for possível, [vou] explicar a quem de direito e, desde já, aos portugueses", vincou o Presidente da República.
Na viagem pelo IC2 (também conhecido como Estrada Nacional número 1), em que o camião foi sendo recebido por buzinões de outros pesados, Marcelo Rebelo de Sousa salientou a importância destes profissionais para o país.
Muitas vezes - tenho esse peso na consciência - de que quando vamos com pressa pensamos: Lá está aquele chato a empatar o trânsito. Como não arranjam maneira de circular a horas em que nós não estamos a circular?'. Percebe-se como é injusto esse juízo. Nada era possível na nossa vida se eles e elas não existissem. Parava o país", frisou.
Tem que se "olhar com mais atenção" para as estradas nacionais
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, alertou esta segunda-feira para a degradação de alguns troços das estradas nacionais, considerando que se tem que "olhar com mais atenção" para essas vias.
Se há uma lógica que é privilegiar as [estradas] nacionais para pesados ou criar condições de tal forma caras nas autoestradas que os convidem a isso, então tem que se olhar para o piso das nacionais", afirmou o chefe de Estado, que falava durante o percurso que fez entre Lisboa e o Porto, num camião, pelo IC2 (também conhecido por Estrada Nacional número 1).
Acompanhado pela agência Lusa no troço entre Condeixa-a-Nova e a Mealhada, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que entende que se opte por se retirar os pesados das autoestradas, "atendendo à necessidade de fluidez do trânsito dos ligeiros" e para se evitar o desgaste do piso dessas vias.
No entanto, vincou, "se for essa a lógica, então é preciso encontrar alternativas e a alternativa significa garantir que o itinerário alternativo está em condições de renovação permanente ou de atenção permanente para ser utilizado pelos pesados".
Não imagino o que seria a entrada e saída das autoestradas no Porto e em Lisboa [com uma grande quantidade de camiões]. Mas se é assim, tem que se olhar com mais atenção para alguns troços que não estão bem, nomeadamente este que estamos a percorrer e, provavelmente, há outros", disse Marcelo Rebelo de Sousa.