Saída de Menezes foi «drama ou manobra»? - TVI

Saída de Menezes foi «drama ou manobra»?

Mário Soares [Arquivo]

Mário Soares interroga-se sobre o que terá levado o líder do PSD a uma saída de cena tão súbita

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O antigo Presidente da República, Mário Soares, dedicou a sua coluna de opinião no jornal Diário de Notícias a tentar explicar, no plano político, o que verdadeiramente terá movido a saída de Luís Filipe Menezes da liderança do PSD.

Soares não chega a retirar uma conclusão das premissas que estão na origem do seu artigo: «drama ou manobra?».

Um causa está sobretudo uma questão de titming. «Para mim, foi uma notícia inesperada, no momento actual. Esperá-la-ia a poucos meses das eleições legislativas, forçando o líder a demitir-se da liderança do PSD, na iminência de perder as eleições. Então, sim, teria lógica que os barões e o aparelho procurassem fabricar um salvador de última hora numa tentativa desesperada para regressar ao poder. Não seria, de resto, um cenário que não tivesse já acontecido, aliás, com êxito.»

O socialista interroga-se: «Será então uma manobra, para abrir o caminho a si próprio ou a um aliado próximo? Para prevenir e evitar um provável golpe partidário, antes das eleições, terá esboçado um contragolpe preventivo? Menezes seguir-se-ia a Menezes, reforçado por uma nova legitimidade, dada pelo voto expressivo nas directas? Não creio! Tratar-se-ia, então, de uma manobra perigosíssima, porque o marcaria - mesmo no caso de ganhar, o que poderia não acontecer - com um traço desagradável de maquiavelismo, que não fica bem no retrato e à respeitabilidade de um candidato a futuro primeiro-ministro!»

PO
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