Santos Silva «não tem credibilidade» - TVI

Santos Silva «não tem credibilidade»

  • Portugal Diário
  • 8 mar 2008, 13:08
Luís Filipe Menezes na Cova da Moura (Hugo Beleza)

Defende líder do PSD, Luís Filipe Menezes. PCP acusa ministro de «insultar» Cunhal

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O líder do PSD, Luís Filipe Menezes, afirmou este sábado que o ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, é uma pessoa «sem credibilidade nenhuma», escreve a Lusa.

Reagindo às afirmações do ministro na sexta-feira à noite em Chaves, quando afirmou que os manifestantes que o vaiaram nem sequer «sabem distinguir entre Salazar e os democratas», Menezes afirmou que Santos Silva tem um percurso político «vindo de uma área que no passado também queria impôr ditaduras».

Menezes recordou ainda que o ministro afirmou, durante a campanha presidencial, que uma vitória de Cavaco Silva seria um «golpe de Estado constitucional. Alguém que disse isso não tem credibilidade nenhuma», acrescentou.

«Não sabem a diferença entre Salazar e democratas»

«Vozes críticas» do PS na televisão

O ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva acusou, sexta-feira à noite, em Chaves, à entrada para uma reunião sobre os três anos de Governo, manifestantes que o vaiaram, de estarem a levar a cabo uma intimidação anti-democrática e atribuíu o combate pela liberdade apenas a «históricos» do PS.

«A liberdade é algo que o País deve a Mário Soares, a Salgado Zenha, a Manuel Alegre. Não deve a Álvaro Cunhal nem a Mário Nogueira», afirmou Santos Silva, acrescentando que estes «lutaram por ela antes do 25 de Abril contra o fascismo, e lutaram por ela depois do 25 de Abril contra a tentativa de tentar criar em Portugal uma ditadura comunista», sustentou.

Condicionar manifestação

Já o PCP considera que as declarações do ministro Augusto Santos Silva são uma «tentativa de última hora para condicionar a participação» na manifestação de professores que hoje se realiza e um «insulto» à figura de Álvaro Cunhal.

Em declarações à agência Lusa, Francisco Lopes, do PCP, afirmou que as acusações proferidas pelo ministro dos Assuntos Parlamentares, revelam uma «clara desorientação do Governo PS que em vez do diálogo e da serenidade para encontrar soluções procura uma escalada verbal com novas linhas de confronto com os professores, os dirigentes e activistas sindicais».

Insulto a Cunhal

Para aquele membro da comissão política do PCP, o partido não pode «deixar passar em claro o insulto à memória de Álvaro Cunhal», que classificou como uma «figura cimeira da luta pela liberdade e a democracia em Portugal».

O antigo líder comunista «pagou com incontáveis sacrifícios e privações essa sua coerência e dedicação aos interesses dos trabalhadores, do povo e da democracia portuguesa», realçou Francisco Lopes.

O PCP exige que o Governo ponha de parte a sua «arrogância e assuma uma atitude favorável à solução dos problemas económicos, políticos e sociais com que o país se depara».
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