PS/Algarve desiludido com regionalização adiada - TVI

PS/Algarve desiludido com regionalização adiada

Política

Miguel Freitas vai avançar com uma moção sectorial ao congresso

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O líder do PS do Algarve, Miguel Freitas, está desiludido por a moção de estratégia a apresentar no próximo congresso do partido pelo seu secretário-geral, José Sócrates, excluir a regionalização.

«É com desilusão que vejo o adiamento e sinceramente acredito que isto é um revés relativamente àquilo que julgo ser uma das reformas mais importante de que o país precisa. Tenho a ideia de que esta é uma reforma urgente para o país e qualquer adiamento me parece não ser o caminho o certo», afirmou Miguel Freitas.

Em declarações à Agência Lusa, o líder da Federação socialista do Algarve considerou que esta questão «requer uma discussão profunda dentro do partido» e anunciou que irá, «em conjunto com outros militantes do PS, avançar com uma moção sectorial ao congresso, no sentido de equacionar esta questão da regionalização para saber que caminho se tem de fazer».

Miguel Freitas quer que este compasso de espera «seja aproveitado para aprofundar algumas reformas», disse acreditar «na consolidação do mapa das cinco regiões» e defendeu um «reforço daquilo que é a dimensão de coordenação das CCDR, dando-lhes dimensão política».

Freitas considerou que «a revisão constitucional era um momento de estímulo à regionalização» e a decisão de José Sócrates «significa que nesta matéria em concreto a revisão constitucional morreu».

O também deputado socialista considerou que «a forma com o secretário-geral apresenta a sua reserva sobre esta matéria é perceptível, porque considera que não existem condições para que um referendo pudesse ter resultado positivo».

«Mas eu não considero isso. E, por isso, esta é uma posição que não corresponde aquilo que esperaria nesta altura do PS. Esperaria uma posição convicta do PS e aquilo que vejo é que prevaleceu à reserva em vez da convicção», frisou.



Posição diferente manifestou à Lusa o cabeça-de-lista do partido pelo círculo do Algarve nas últimas legislativas, João Soares, que disse não ver na posição de José Sócrates «nada de contraditório» com o que o partido tem defendido, mas sim «o bom senso quanto à situação política actual e previsível nos tempos mais próximos no país».

João Soares concorda com a posição de José Sócrates de que não existem condições políticas para um referendo ter um resultado positivo porque nos últimos anos não viu «por parte da esmagadora maioria dos partidos da oposição uma disponibilidade para discutir esta questão».

«E dispondo o PS apenas de uma maioria relativa, não vejo que haja condições para que um referendo, se fosse desencadeado, não pudesse conduzir senão a uma derrota que ninguém, entre aqueles que defendem a regionalização, deseja», acrescentou.
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