Saúde: autarcas satisfeitos com saída do ministro - TVI

Saúde: autarcas satisfeitos com saída do ministro

  • Portugal Diário
  • 29 jan 2008, 17:29

Esperam que seja possível reabrir os serviços encerrados por Correia de Campos

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O presidente da Câmara de Anadia, Litério Marques, considerou que a exoneração do ministro da Saúde, Correia de Campos, «dá alívio e nova esperança no restabelecimento» do funcionamento do hospital local.

Em declarações à Lusa, o social-democrata Litério Marques disse lamentar a exoneração de Correia de Campos, considerando que «uma remodelação é sinal de que algo vai mal no governo», e afirmou que a luta de Anadia contra o encerramento da Urgência do Hospital José Luciano de Castro, no início do ano, «não foi pela mudança de lugares, mas de política» para a saúde.

Sócrates faz mini-remodelação

Saúde: «Não pode ser só uma mudança de rosto»

«Esperamos que quem vier a ocupar o lugar seja uma pessoa de mais diálogo do que foi este[ministro]», disse o autarca, referindo ainda que, com a saída de Correia de Campos do Governo de José Sócrates, «criam-se novas expectativas para Anadia e para tantas outras localidades, que viram posta em causa a proximidade dos cuidados de saúde por teimosia deste ministro».

Também o presidente da Câmara de Alijó, o socialista Artur Cascarejo, espera que a substituição do ministro Correia de Campos signifique uma «alteração» da política de saúde de proximidade nos municípios do Interior.

«Se há remodelação é porque eventualmente as coisas não correram bem, pelo menos em determinadas situações como foi o caso de Alijó», afirmou hoje o autarca em declarações à Agência Lusa.

O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio (PSD), congratulou-se hoje com a remodelação governamental, frisando que saíram «os dois ministros que agrediram deliberadamente o Porto».

«O primeiro-ministro remodelou exactamente os dois ministros que eu tinha dito que não deveriam estar no Governo, porque não tinham demonstrado sentido de Estado», disse à agência Lusa Rui Rio.

O autarca recordou que tinha pedido a demissão do ministro da Saúde por Correia de Campos se recusar a pagar uma dívida de um milhão de euros à Câmara do Porto, referente à reconstrução do Bairro Parceria Antunes.

Rui Rio responsabilizou também Correia de Campos pela extinção do programa Porto Feliz, acusando-o de ser «arrogante e incompetente».

O autarca do Porto congratulou-se também com a saída da ministra da Cultura, recordando que Isabel Pires de Lima tentou inviabilizar a construção do Túnel de Ceuta e «visitou os ocupantes do [Teatro] Rivoli».

O presidente da Câmara de Vouzela, Telmo Antunes, disse hoje esperar que a saída de Correia de Campos do cargo de ministro da Saúde signifique «uma mudança completa da política».



O autarca social-democrata lamentou que Correia de Campos tenha desenvolvido «políticas duras, que levaram à contestação das populações, sem que tenha havido qualquer mudança positiva», dando como exemplo o encerramento nocturno do Serviço de Atendimento Permanente (SAP) do centro de saúde do seu concelho.

«Tenho estima pessoal por Correia de Campos, é uma das pessoas que melhor conhece a saúde em Portugal, mas enquanto ministro deixa um legado muito negro», sublinhou.

O presidente da Câmara de Lamego e o movimento que contestou o encerramento do bloco de partos naquela cidade congratularam-se hoje com a exoneração do ministro da Saúde, Correia de Campos.

«Costuma o povo dizer que quem colhe ventos semeia tempestades e assim aconteceu. Todo o processo de reestruturação na saúde foi feito quase sempre ao arrepio da vontade das populações e dos autarcas», disse à Lusa o autarca de Lamego, Francisco Lopes (PSD).

Para o presidente da Câmara Municipal de Lamego, que se opôs ao encerramento do bloco de partos do hospital da cidade, Correia de Campos «tomou medidas muito penalizadoras para as populações sobretudo do interior».
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