Mário Soares e Freitas do Amaral «devem ser inimigos dos números» - TVI

Mário Soares e Freitas do Amaral «devem ser inimigos dos números»

Opinião de Henrique Medina Carreira no programa «Olhos nos Olhos», na TVI24

«Sem se saber a situação de fundo, qualquer opção política é extremamente precária, esse é que é o problema», disse na noite desta segunda-feira o comentador da TVI24, no «Olhos nos Olhos».

Medina Carreira falava sobre as opiniões proferidas nesta segunda-feira por Mário Soares, antigo Presidente da República, e por Freitas do Amaral, antigo ministro, que criticaram as opções políticas do atual Governo de coligação PSD/CDS, num colóquio sobre os 40 anos do 25 de Abril de 1974. Freitas do Amaral considerou que este é o Executivo mais à direita dos últimos 40 anos.

Mário Soares e Freitas do Amaral «devem ser dois inimigos dos números», disse também o comentador. Temos que distinguir «a política do Governo, que em muitos aspetos é realmente suscetível de discordâncias profundas, e a realidade de fundo sobre a qual o Governo tem de atuar», acrescentou.

O tema principal do programa desta semana foi o estado da educação em Portugal e o Ensino Superior, sendo que o convidado desta noite foi o professor catedrático Carlos Fiolhais.

A «opinião infeliz» de Durão Barroso

«Eu dei aulas e desisti. Já não tinha paciência, não sabiam escrever, não sabiam coisa nenhuma», referiu Medina Carreira. «Este ensino é em geral pouco satisfatório», considerou, acrescentando: «Devemos focar-nos no que não está bem.»

Até ao 25 de Abril de 1974, «o ensino era de facto para muito poucos», afirmou Carlos Fiolhais, criticando a «opinião infeliz» do presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, que numa entrevista recente proferiu uma opinião positiva sobre o ensino no país antes da Revolução de Abril.

«O ensino em Portugal democratizou-se. Cresceu muito e ainda tem que crescer mais», disse o professor catedrático. «Não crescemos para chegar à média europeia. Nem na finalização do secundário, nem na finalização do superior, nem sequer em doutoramentos», sublinhou. «Descorou-se durante muitos anos o ensino profissional», salientou ainda Carlos Fiolhais.
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