Ferro Rodrigues confrontou o primeiro-ministro com esta posição, sublinhando que Vítor Bento vinha a ser o seu «guru». No entanto, Passos Coelho rejeitou este cenário.
«O senhor deputado deve entender que nem todos precisamos de um guru. Eu nunca senti essa necessidade. No meu caso, o lugar de guru está vazio».
Mais tarde, quando o líder parlamentar do PS acusou o Governo de ser «instrumentalizado» pela Alemanha contra a Grécia, Passos Coelho ironizou que o Syriza é «um sério candidato a guru» de Ferro Rodrigues.
Já pela voz de Jerónimo de Sousa, e sempre com a situação grega como pano de fundo, o primeiro-ministro foi acusado de «falta de coragem» e de «subserviência» com a Europa. Segundo o secretário-geral do PCP, ao não se colocar do lado da Grécia, o Governo está a tentar lutar pela «sua própria sobrevivência».
«Na Grécia estão a tentar libertar-se das amarras, independentemente do desfecho final. Este Governo nunca o fará, nem sequer o fará, por opção política».
Passos assegurou então que não está a lutar pela sua «sobrevivência política», nem a seguir as opiniões de outros, e até desafiou os portugueses a mostrarem, nas eleições legislativas, se partilham ou não das suas convicções.
«Não estou a lutar pela minha sobrevivência política, estou a defender as minhas convicções, não as de outros. Enquanto elas se comprovarem como positivas para o meu país, tenho a consciência de estar a fazer o que devo. No dia em que o país achar que assim não é, tem uma boa forma de resolver o problema».
Na resposta, o líder comunista, que defendia a renegociação da dívida como um «elemento fundamental» para evitar que esta não seja paga «um dia», acusou o primeiro-ministro de deixar o problema para o próximo Governo. «[Passos Coelho] não estará cá e quem vier atrás que feche a porta», concluiu.