Aumento da insegurança «confirma-se» - TVI

Aumento da insegurança «confirma-se»

Partidos da oposição desafiam Rui Pereira a explicar os dados agora conhecidos

Relacionados
Actualizado às 13h26

O PCP considerou esta sexta-feira que os dados do Relatório de Segurança Interna de 2008 «confirmam o aumento da insegurança» e desafiou o ministro Rui Pereira a explicar «a ausência de resposta» do Governo face ao aumento da criminalidade, escreve a Lusa.

Aumento da criminalidade é reflexo da crise

De acordo com a edição desta sexta-feira do «Diário de Notícias», dados do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) apontam para a subida quer da criminalidade geral, quer dos crimes mais violentos e graves.

Segundo o jornal, que teve acesso ao relatório, esta subida será mesmo a maior dos últimos 10 anos, desde que há registo oficial destes dados.

Por que aumentou a criminalidade violenta?

«Naturalmente estes números revelam um aumento significativo da insegurança, que é muito preocupante, e comprovam uma sensação que tínhamos (...) Estes dados vêm confirmar que esta percepção não é meramente psicológica», afirmou o deputado do PCP António Filipe, em declarações à Lusa.

O deputado comunista acusou o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, de ter «ignorado ostensivamente os dados da criminalidade», nos debates na Assembleia da República.

«Agora percebemos porquê. O ministro veio aqui apresentar a sua estratégia de segurança sem ter em conta os dados da criminalidade, evitando assim ser confrontado com ausência de estratégia do seu Ministério», criticou.

António Filipe sublinhou que Rui Pereira será «obrigatoriamente ouvido» pelo Parlamento quando o relatório de segurança interna for apresentado à Assembleia, o que acontecerá até ao final do mês.

«Obviamente que o ministro tem de explicar a ausência de resposta do seu Ministério perante o agravamento da criminalidade», desafiou.

Interpelação ao ministro

Entretanto, o líder do CDS-PP, Paulo Portas, anunciou que vai marcar uma interpelação parlamentar sobre segurança, face aos dados hoje conhecidos.

«O que estes números revelam é que o patamar da criminalidade grave atingiu um novo registo, mais sério, mais violento, mais organizado e mais perigoso. (...) As actuais políticas ou estão erradas ou não chegam», afirmou Paulo Portas, em declarações aos jornalistas, no Parlamento.

Responsabilizando o Governo pela situação, Paulo Portas anunciou a marcação de uma interpelação parlamentar sobre «criminalidade e segurança», na qual irá exigir mais policiamento de proximidade, a mudança das leis penais, que considerou «permissivas e condescendentes», e alterações aos actuais programas sociais nos bairros mais problemáticos.

O líder do CDS-PP frisou que o seu partido já tinha alertado para a possibilidade de ter aumentado a criminalidade grave, anunciando ainda para a próxima terça-feira a apresentação de medidas que visam «um plano alternativo» de segurança.

BE não está surpreendido

A deputada do Bloco de Esquerda Helena Pinto considerou esta sexta-feira que o aumento da criminalidade grave, apontada no relatório de segurança interna, «não surpreende» e enquadra-se num contexto de crise social.

Em declarações aos jornalistas no Parlamento, Helena Pinto disse enquadrar os dados divulgados «num contexto de crise social que potencia um contexto de crime».
Continue a ler esta notícia

Relacionados