O que o PSD está a fazer, ao apresentar também um projecto de resolução contra o Programa de Estabilidade e Crescimento - que vai a votação esta quarta-feira, no Parlamento - é «grave».
«É particularmente grave porque o PSD não esclarece as consequências para Portugal e para a economia portuguesa sobre o impacto que isso terá para a vida do país e em termos de financiamento da economia, não num prazo longo, mas num prazo demasiado curto», disse esta terça-feira o ministro da Economia.
Para além disso, o partido laranja «não aponta caminhos alternativos que teria de apresentar aos portugueses. Mais uma vez, e já teve muitas ocasiões para o fazer, afirma princípios gerais, mas nada de concreto em alternativa ao PEC».
Vieira da Silva acusa assim os sociais-democratas de estarem a «retirar ao nosso país um importante instrumento que tinha sido alcançado aquando da apresentação das orientações globais do PEC a Bruxelas, em que Portugal obteve o apoio das principais instituições europeias». Ora, o PEC ser «desta forma rejeitado pelo maior partido da oposição» é «grave».
PSD quer «derrubar Governo»
As acusações de Vieira da Silva não ficaram por aqui: «O PSD sabe, e não só sabe, mas deseja, que esta rejeição do PEC retire ao Governo condições para poder governar». Mais: «O PSD não apenas admite, como defende, como foi expressamente afirmado há poucos minutos [pelo líder da bancada laranja Miguel Macedo], que esta é também uma acção destinada a derrubar o Governo».
«O que ficamos a saber de forma muito clara foi aquilo que o líder do PSD já tinha afirmado: está mais disposto a governar com o FMI do que a debater a tentar um entendimento com o Governo da República».
A esperança de um consenso de última hora
Certo é que não há «condições para governar se o PSD e outros partidos da oposição retirarem ao país os instrumentos mais importantes». Mas Vieira da Silva tem ainda esperança de que o consenso parlamentar sobre o PEC venha a concretizar-se, esperando que «até ao último momento» os partidos possam «entender a gravidade das decisões que estão a tomar» e evitar uma crise política que terá consequências «pesadas»: «a realização de eleições antecipadas e um período de instabilidade».
O ministro da Economia gostaria sim de que o clima gerado na concertação social, que hoje chegou finalmente a acordo sobre o Pacto para Competitividade e Emprego, «se alargasse a todas as áreas da política nacional».
Questionado sobre as declarações de Cavaco Silva, sobre o facto de a evolução rápida da crise política o ter deixado deixado «sem margem para agir preventivamente», Vieira da Silva disse apenas: «Não me peçam para dar conselhos ao Presidente da República».
[Notícia actualizada às 21h15]
Ministro: «O que PSD está a fazer é grave»
- Redação
- VC
- 22 mar 2011, 21:00
Ao apresentar projecto de resolução contra PEC, partido laranja está a querer «derrubar Governo». E tudo sem esclarecer portugueses das consequências da crise política daí decorrente
Continue a ler esta notícia