«Demissão inopinada de Passos não seria a melhor solução» - TVI

«Demissão inopinada de Passos não seria a melhor solução»

João Cravinho descarta «demissão inopinada» de Passos Coelho

Ex-ministro socialista João Cravinho em entrevista no programa «Política Mesmo», na TVI24

João Cravinho não pede a demissão de Pedro Passos Coelho do cargo de primeiro-ministro. Em entrevista no programa «Política Mesmo», esta sexta-feira, na TVI24, o ex-ministro do PS reconheceu que o chefe do Governo PSD/ CDS-PP cometeu uma falha muito grave no caso da dívida à Segurança Social, mas disse que, com as eleições a seis meses de distância, mais vale esperar pelo julgamento das urnas.
 

«Ele [Passos Coelho] não era primeiro-ministro, mas tomou conhecimento do facto no momento em que já exercia funções e optou por não resolver, por continuar em falta. E é isso que torna a questão muito grave», disse João Cravinho. «Uma demissão inopinada, porventura não seria a melhor solução, visto que este facto grave moralmente, eticamente, será julgado, será apreciado politicamente dentro de seis meses», defendeu.

 
Sobre setores da administração pública que são dominados pela corrupção, João Cravinho apontou a energia e as obras públicas como setores chave.
 

«Há influências que se mexem para que se adote o caminho A, B ou C. A nossa política energética está cheia desses exemplos. (…) Sei que, de facto, se fazem às vezes grandes obras públicas em condições que não se justificam», alertou.
 

No dia em que o Parlamento aprovou o crime de enriquecimento ilícito, João Cravinho defendeu que a lei que está a ser preparada na Assembleia da República deve resultar de um acordo entre todos os partidos.
 

«Os quatro projetos que foram apresentados são diferentes, com visões que não são a priori totalmente conciliáveis, e só neste ambiente a meses de eleições têm uma justificação nacional, de defesa do regime, de defesa da democracia, se agora, na especialidade, todo os partidos fizerem o melhor que puderem no sentido de chegarem a um acordo sobre um texto único», afirmou.

 
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