Pacheco Pereira contra «discurso contínuo de mentira» - TVI

Pacheco Pereira contra «discurso contínuo de mentira»

Pacheco Pereira

Ex-dirigente do PSD faz crítica cerrada a Passos Coelho e avisa que está ao ataque

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O ex-dirigente do PSD Pacheco Pereira rejeitou esta quinta-feira que os participantes na conferência de Mário Soares estejam à defesa na política, contrapondo que estão antes ao ataque contra o discurso de «falsidade» e o cinismo dos poderosos.



De acordo com a Lusa, Pacheco Pereira foi o penúltimo orador da sessão da Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa promovida pelo antigo Presidente da República Mário Soares, que fez o discurso mais longo, mas que, no final, foi aplaudido de pé por uma plateia de cidadãos esmagadoramente de esquerda e muitos deles ligados a partidos como o PS, o PCP ou o Bloco de Esquerda.



«Custa-me a ideia de que o papel dos que aqui estão seja apenas o de defender, como se estivessem condenados a travar uma luta de trincheiras. Não, os que aqui estão não estão a defender coisa nenhuma, mas a atacar a iniquidade, a injustiça, o desprezo, o cinismo dos poderosos», declarou, recebendo uma prolongada ovação.



De acordo com Pacheco Pereira, na lógica «cínica dos poderosos, a vida decente de milhões de pessoas é entendida como um custo que se deve poupar».



«A transformação da palavra austeridade numa espécie de injunção moral serve para um primeiro-ministro [Pedro Passos Coelho], apanhado de lado pelo sucesso dos celtas [irlandeses] que muito gabava, sorrir cinicamente que a lição desses celtas e da Irlanda é que ainda precisamos de mais austeridade, mais desemprego e ainda precisamos de mais pobreza. O pior de tudo é que ao dizer isso [Passos Coelho] sorri muito contente consigo mesmo», disse Pacheco Pereira num ataque direto ao presidente do PSD.



O ex-dirigente e líder parlamentar do PSD insurgiu-se ainda contra «um discurso contínuo de mentira e falsidade».



«Um discurso que nos diz como se fosse uma evidência que as famílias ajustaram, as famílias ajustaram e só o Estado não ajustou, como se as três entidades fossem a mesma coisa e o verbo ajustar significasse o retorno a uma espécie de estado natural das coisas que só o vício de se querer viver melhor levou os portugueses a abandonar», apontou.



Com ironia, Pacheco Pereira reconheceu que, na realidade, algumas empresas até ajustaram nos últimos anos.



«Na verdade, pode dizer-se que algumas empresas ajustaram, mas algumas ajustaram falindo», observou.
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