Ribeiro e Castro: Merkel é «bem-vinda» se... - TVI

Ribeiro e Castro: Merkel é «bem-vinda» se...

CDS: deputados decidem futuro de Ribeiro e Castro

Vier para se associar à ideia da redução da parcela de juros pagos por Portugal

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O ex-líder do CDS-PP e deputado Ribeiro e Castro afirmou hoje que a chanceler alemã, Angela Merkel, é «muito bem-vinda» a Portugal se vier para se associar à ideia da redução da parcela de juros pagos por Portugal.

Ribeiro e Castro propõe ainda a realização de uma cimeira em Lisboa em que participassem os governantes espanhol, italiano e grego e o presidente francês - «todos os que se têm manifestado por uma Europa com responsabilidade financeira mas solidária» - e para a qual fosse convidada a chanceler alemã, o presidente da Comissão Europeia e a diretora do Fundo Monetário Internacional.

«A chanceler da Alemanha será muito bem-vinda a Portugal se for para associar o Governo alemão à ideia de que deve haver uma redução da parcela de juros que está a ser cobrada a Portugal [no programa de assistência económica e financeira]», defendeu à Lusa Ribeiro e Castro, sublinhando que esses juros «excessivos» foram definidos inicialmente «como uma componente punitiva».

A chanceler alemã visita oficialmente Portugal no dia 12 de novembro.

Ribeiro e Castro sublinhou que «o próximo Orçamento representa um esforço enorme da sociedade portuguesa, dos contribuintes portugueses, dos cidadãos, das empresas e da economia» e que «a postura dos portugueses tem recebido elogios internacionais, particularmente do Governo da Alemanha».

«Ninguém compreende que todos os elogios não sejam acompanhados de um prémio efetivo, a redução dos juros», considerou.

«Ninguém compreende que quem nos empresta dinheiro não dê também uma contribuição para a consolidação orçamental portuguesa, contribuição essa que não representa nenhum sacrifício, mas apenas a redução de um spread que é excessivo e foi definido de início como uma componente punitiva», sustentou.

Por outro lado, o antigo líder do CDS-PP e atual presidente da comissão parlamentar de Educação, Ciência e Cultura considera que «Portugal devia ter uma posição mais autónoma no contexto europeu» e «ter uma ideia própria da construção europeia» e, em função dela, definir uma «estratégia» e procurar «aliados».

Nesse quadro, Ribeiro e Castro defende a realização de uma cimeira em Lisboa que congregue as visões de países intervencionados ou sob ameaça de o serem, como a Espanha, a Itália e a Grécia, a que se juntasse o presidente francês e para qual fosse convidada a chanceler alemã, o presidente da Comissão Europeia e a diretora do FMI.

A lógica não é a de uma união de países em torno da ideia do «não pagamos», advertiu, mas a conjugação de esforços entre países com «problemas comuns», o que «não impede a manutenção de um discurso de responsabilidade e de manutenção dos compromissos internacionais».

«O discurso do não pagamos é completamente destituído de sentido. Veja-se a Grécia: os credores podem não receber o dinheiro, mas os povos pagam sempre e de que maneira», argumentou.

«Numa linha de responsabilidade financeira e de solidariedade, essa cimeira poderia ter resultados muito importantes», defendeu.
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