«Quem é este? É o da televisão?», perguntou uma vendedora de peixe do mercado de Campo de Ourique, durante uma acção de campanha, quando o candidato se aproximava. A colega de bancada deu-lhe a resposta: «É o doutor! É o da AMI!»
E o tal doutor, o presidente da Assistência Médica Internacional, lá parou para dar uns beijinhos às senhoras. Mas nem todos foram assim tão simpáticos. Um cliente parou de ler o jornal para criticar o candidato: «São todos iguais...»
Os apoiantes de Nobre bem tentaram convencer o senhor. «Precisamos de uma pessoa que seja pessoa, não de um político». Mas o contra-ataque não tardou: «E então ele não é político? É candidato à Presidência da República!» Ora aí está um bom argumento.
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A campanha seguiu então para o habitat natural de Fernando Nobre, o doutor. No hospital de Santa Maria, o candidato visitou a unidade de internamento de Obstetrícia. «Este hospital é uma grande casa...», desabafou o candidato.
Ao seu lado, esteve o «colega» Gentil Martins. «Apoio Fernando Nobre porque é uma pessoa séria, isenta e preocupada com os problemas humanitários. Tem uma obra notável», reconheceu.
Durante a curta visita, sem qualquer contacto com as recém-mamãs, mas com muito apoio dos «colegas» médicos, Nobre lamentou o decréscimo de natalidade no país e alertou que, «daqui a 25 anos, teremos dois reformados para cada activo».
Pediu «políticas» que combatam esta tendência e falou como um «político» que as pode praticar caso vença as eleições. É que o doutor, o presidente da AMI e o candidato estão aqui para ganhar.