CDU contra entrega de transportes a privados «numa bandeja»

A CDU escolheu a estação ferroviária do Rossio, em Lisboa, para defender esta quinta-feira à tarde uma política pública de transportes e alertar que estão a ser preparadas privatizações no sector que irão afectar os «direitos dos trabalhadores» e reflectir-se num aumento «brutal» dos preços para os utentes.

«Comparando, por exemplo, a linha Lisboa-Azambuja com a linha Lisboa-Setúbal, da Fertagus, o título dos transportes da CP não chega a 50 euros, na Fertagus, pela mesma distância e pelo mesmo serviço, o utente paga 112 euros», disse Jerónimo de Sousa, para ilustrar o que poderá acontecer caso outros serviços saiam da alçada pública.

«É isso que querem fazer em relação ao serviço dos transportes, particularmente, nas redes suburbanas», avisou o líder comunista, para depois frisar que as privatizações irão também colocar em causa a «soberania nacional», se chegarem à TAP. «Neste caso, o país perderia a sua companhia aérea de bandeira».

«A CDU, em conformidade com a Constituição da República Portuguesa, defende um serviço público de transportes ao serviço das populações», afirmou, para mais um reforço sobre o que considera estar a acontecer actualmente: «Neste momento, há uma ofensiva que está a decorrer contra os vossos direitos».

«Querem privatizar este sector, mas primeiro, enquanto é público, levar à destruição da contratação colectiva, da redução brutal dos salários, da destruição de postos de trabalho efectivos, da destruição de serviços que não considerem potencialmente lucrativos, com o aumento brutal dos preços para os utentes», enumerou desta forma as pretensões dos partidos mais à direita, que, segundo, defendeu, querem «entregar numa bandeja» os actuais serviços públicos aos privados.