António Costa diz que «não precisa prometer» o que vai fazer com os tribunais - TVI

António Costa diz que «não precisa prometer» o que vai fazer com os tribunais

Candidato à liderança do PS afirma que quando foi ministro da Justiça não só não fechou tribunais como «lançou» 30

O candidato à liderança do PS António Costa disse, esta quarta-feira à noite, em Santarém, que não precisa de prometer o que vai fazer com os tribunais, porque pode «oferecer como garantia» o que fez quando foi ministro da Justiça.

António Costa foi recebido em Santarém na mesma sala, do Teatro Sá da Bandeira, onde esteve, no passado dia 05, o atual secretário-geral do PS, António José Seguro, e que esteve hoje a abarrotar e com a «emoção» de ter à sua espera Natércia Maia, viúva do "capitão de abril" Salgueiro Maia, que se inscreveu como simpatizante para votar nas primárias de 28 de setembro.

Referindo-se ao fecho de tribunais, medida que tem motivado protestos em todo o país e que levou António José Seguro a assegurar que, se for primeiro-ministro, os reabrirá, António Costa afirmou que quando foi ministro da Justiça não só não fechou tribunais como «lançou» 30, tendo inaugurado 20.

Num discurso em que falou da sua «agenda para a próxima década», para ir «ao fundo dos problemas», atacando as causas e não os sintomas, e para voltar a ter as pessoas como principal recurso do país, Costa questionou as políticas de natalidade do Governo de Passos Coelho.

«Quando ouvimos o Governo dizer que temos que melhorar os nossos índices de natalidade e voltar a ter mais filhos e mais crianças a nascer em Portugal, eu pergunto: mas como é que é possível ao Governo, que apelou aos jovens para emigrar, pedir agora aos jovens que tenham filhos cá em Portugal», afirmou, lamentando que se esteja «a desperdiçar» a «geração mais preparada do país ao longo de toda a história».

António Costa referiu ainda a importância da valorização do território, tanto do mar, que representa 97% do território nacional, como também do interior, defendendo «um novo olhar» sobre a parte raiana, como a zona mais próxima do «coração do mercado ibérico», que dá escala para competir num mundo globalizado.

«Temos que perceber que o interior não são as traseiras do litoral, o interior tem que ser a grande base de lançamento e de entrada no mercado ibérico, onde temos que ter a ambição de crescer», disse.

Em resposta à crítica que lhe foi feita na sessão de António José Seguro em Santarém, de que Costa não conhece o distrito, Ascenso Simões, que foi secretário de Estado quando o agora presidente da Câmara Municipal de Lisboa ocupou o cargo de ministro da Administração Interna, atestou as «noites e dias» passados na região em 2005 e 2006, por causa dos fogos florestais, considerando a afirmação «maldosa».

Costa afirmou que, graças a Ascenso Simões, conhece hoje o país «como as palmas das mãos».

António Costa saudou ainda o facto de a sua mandatária distrital, Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara Municipal de Abrantes, ter anunciado hoje a sua candidatura à liderança da federação distrital socialista, contra o atual presidente e recandidato, António Gameiro, apoiante assumido de Seguro.

Céu Albuquerque afirmou que «não é pela alma socialista» que os dois candidatos se distinguem nem pelo essencial das políticas que defendem, mas que foi a «densidade do pensamento sobre Portugal» que a levou a apoiar António Costa.
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