Santana desafia Ferreira Leite - TVI

Santana desafia Ferreira Leite

Santana Lopes

Ou diz se conhece algo que o impeça de se candidatar ou então «que se cale de uma vez por todas»

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Pedro Santana Lopes, candidato à liderança do PSD, desafiou esta quinta-feira a sua adversária Manuela Ferreira Leite a dizer abertamente se conhece algo que o impeça de se candidatar à liderança do partido ou então «que se cale de uma vez por todas», escreve a Lusa.

«Se um candidato tem algum preconceito absoluto que conheça e que impeça alguém de ser também candidato, que fale agora ou se cale de uma vez por todas», afirmou Santana Lopes.

Numa entrevista ao Jornal de Notícias, Ferreira Leite afirmou não ter votado Santana Lopes nas últimas eleições legislativas, explicando mais tarde que com isso não quis dizer que não votou no PSD - «o que me perguntaram não foi isso».

«Essa arrogância de quem se sente no direito de julgar os outros...»

«Estamos cansados de ouvir essa arrogância de quem se sente no direito de julgar os outros militantes de cima do pedestal, onde ninguém os colocou, essa soberba que é a melhor forma de esconder a escassez de conhecimentos e de propostas», respondeu esta quinta-feira Santana Lopes, numa intervenção recheada de críticas feita na apresentação dos seus mandatários nacionais e distritais, no Palácio da Bolsa do Porto.

Na sua intervenção, o ex-primeiro-ministro cumpriu a promessa feita no início do discurso de que iria «directo ao assunto» e desferiu um forte conjunto de críticas aos seus dois principais opositores. Afirmou nomeadamente ser «inaceitável haver em Portugal quem se julgue no direito de se propor à governação do País sem dizer concretamente o que defende para o cargo».

Para além das acusações e críticas mais directas, Santana Lopes enviou vários «recados» mais crípticos, como quando afirmou que «o tempo já não está para aqueles que se julgam legítimos para uma qualquer ponte desconhecida e nos querem impor a sua vontade vitoriosa». «Também já não é tempo para entregar a governação de Portugal a quem, por força das leis e das condições da vida, não teve ainda tempo para se preparar», acrescentou, afirmando que «já chega de surpresas e de exercícios inesperados de poder» e recordando o modo como Durão Barroso e o próprio Santana Lopes viram o governo ser-lhes entregue.

Querendo mostrar que o Santana Lopes que avança agora para as directas de 31 de Maio não é o que foi primeiro-ministro, o candidato garantiu «não estar interessado em exercer o poder de modo condicionado».

«Há mesmo telefonemas que me recuso a atender»

Desta vez, Santana Lopes quer «um poder forte» que permita levar Portugal para o caminho do desenvolvimento. «Outros fazem acordos de partilha, qual engenheiros da política, com os que há meses os esconjuravam. Recuso-me a participar, não vou ser conivente com esse caminho degradante. Há mesmo telefonemas que me recuso a aceitar».

Antes de Pedro Santana Lopes, o seu mandatário nacional, o ex-ministro Arlindo de Carvalho, afirmou que o candidato «infelizmente já não é primeiro-ministro porque dentro do PSD há alguns Sampaios».

À saída da sala, Santana Lopes deparou-se com José Pedro Aguiar Branco, apoiante de Manuela Ferreira Leite, que estivera num jantar no Palácio da Bolsa e se deslocou para lhe dar um abraço.
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