«Brutal seria a falência do SNS» - TVI

«Brutal seria a falência do SNS»

Saúde (Foto Cláudia Lima da Costa)

O secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde responde à Ordem dos Médicos

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O secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde respondeu este sábado ao bastonário da Ordem dos Médicos, que considerou «brutal» o aumento das taxas moderadoras, defendendo que «brutal seria» a falência do Serviço Nacional de Saúde.

«Brutalidade seria o Serviço Nacional de Saúde não ser capaz de fazer aquilo q tão bem tem feito ao longo destes anos. Isso é que seria brutal e a essa brutalidade os portugueses vão ser poupados», disse Fernando Leal da Costa, que falava à Lusa à margem de uma visita ao hospital de São José, para ver como estão a funcionar as urgências e desejar um bom ano ao pessoal.

Ressalvando não ter ouvido as declarações e não ter por hábito comentar as afirmações do bastonário, o secretário de Estado afirmou: «Parece-me que não há brutalidade nenhuma».

Em entrevista à Lusa esta semana, o bastonário, José Manuel Silva, considerou que eram suficientes os valores das taxas moderadoras que estavam em vigor, mas reconheceu a necessidade de aumentar «um pouco» as taxas em função da situação do país e da «confrangedora incapacidade» que o Governo tem revelado em resolver os problemas do país.

Questionado pela Lusa sobre o plano de pagamento da dívida a fornecedores, que o Ministério da Saúde e o Ministério das Finanças estão a elaborar e que deveria ser concluído até ao final deste ano, o secretário de Estado admitiu ainda não estar terminado.

«A partir de Janeiro vamos trabalhar no concreto para estabelecer um plano de pagamento e, tão cedo quanto possível, teremos esse plano de pagamento anunciado àqueles a quem temos de pagar», disse o Fernando Leal da Costa, reconhecendo que a situação actual é «difícil para aqueles a quem o Ministério deve».

Utentes do Curry Cabral «até terão ganhado muito»

Mas este sábado, o secretário de Estado adjunto e da Saúde também defendeu que os utentes do hospital Curry Cabral, cujas urgências fecharam no início da semana e passaram para o S. José, «até terão ganhado muito» com a integração.

«Penso que os utentes ficam francamente melhor porque têm um hospital com integração de um número maior de valências e por isso não perdem nada, antes pelo contrário até terão ganhado muito», disse Fernando Leal da Costa, sublinhando que a integração correu bem e não se registou qualquer «impacto muito negativo».

O governante falava à Lusa à margem de uma visita ao hospital de São José, em Lisboa, para «ver como estão a funcionar as urgências», após o encerramento, na madrugada de segunda-feira, do serviço de urgência e da urgência psiquiátrica do Hospital Curry Cabral, cujos doentes passam a ser atendidos em São José.

Segundo a presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar de Lisboa Central, que inclui o São José, as previsões de aumento da afluência às urgências confirmaram-se, com cerca de 70 doentes a mais por dia, mas para compensar o hospital criou dois novos gabinetes.

«Nos períodos de maior afluxo abrem-se mais dois gabinetes e distribuem-se os profissionais», explicou Teresa Sustelo, que acompanhava o secretário de Estado.

A visita do secretário de Estado, a poucas horas da entrada em 2012, visou também cumprimentar o pessoal, «que termina um ano de trabalho difícil» e desejar-lhe «um ano cheio de sucessos e bons resultados e com muita saúde».
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