O primeiro-ministro, José Sócrates, afirmou este sábado que é importante que o Estado dê um «sinal claro» à economia de que vai realizar todos os investimentos públicos que são necessários para fomentar e modernizar a economia portuguesa.
«Mais importante, neste momento, é que o Estado dê um sinal claro à economia que vai realizar todos os investimentos públicos que são necessários realizar para fomentar a actividade económica e modernizar o país», disse o primeiro-ministro em entrevista à TSF/DN.
Um claro sinal do Estado
José Sócrates defendeu que no actual contexto da crise financeira mundial «há mais razões económicas» para que todas as obras públicas de modernização das infra-estruturas «se façam», uma vez que «não servirão apenas para melhorar a competitividade do país».
«No curto prazo, [os investimentos nas obras públicas] servirão para garantir que mais gente tenha emprego e que as empresas tenham condições para se afirmar na economia», sublinhou José Sócrates. «Se havia razões para não desistirmos daquilo que é a modernização infra-estrutural do nosso país, agora muito menos económicas razões há».
Alta velocidade
Sócrates deixou claro na entrevista à TSF/DN que é fundamental que Portugal esteja ligado à rede ferroviária de alta velocidade.
O que achou a oposição da entrevista de Sócrates?
«Eu quero fazer a ligação entre Lisboa e Madrid e a ligação entre Lisboa-Porto e Porto-Vigo. Acho que estas três linhas são absolutamente necessárias para que Portugal fique integrado na rede de alta velocidade e para que beneficie também da alta velocidade no seu território», salientou o primeiro-ministro.
«Não é um crise cíclica»
Reportando-se à crise financeira, Sócrates realçou que «não é uma crise cíclica. Isto é uma crise daquelas que só acontecem de 100 em 100 anos», adiantando não lembrar-se, com os seus 50 anos, de «ter vivido uma coisa assim. Se há alguma coisa que se pode dizer sobre a natureza desta crise financeira é que ela é uma crise financeira mundial. Ninguém escapará. E os portugueses também não», salientou.
No entanto, realçou que o que julga ser um dever «é fazer tudo o que está ao nosso alcance para minimizar os impactos da crise financeira internacional».
Questionado sobre o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social, José Sócrates disse que aquilo que vê na rentabilidade dos mercados de acções e na rentabilidade da evolução das pensões no sistema público, na comparação em prazos muito longos, 30 e 50 anos, é que «o sistema público é melhor». (...) No que vão passar agora os fundos de pensões privados, ainda estamos para ver, porque esses serão também atingidos».
«Isto é uma daquelas crises que só acontecem de 100 em 100 anos»
- Redação
- JF
- 25 out 2008, 12:40
Sócrates insiste: Governo deve «dar sinal claro» à economia de que realizará todos os investimentos públicos necessários à modernização do país
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