Armas sírias podem não passar por Portugal
«Não é, por princípio, uma situação que não deva ser considerada, pelo contrário, deve ser considerada dado o contexto em que se insere», afirmou Aguiar-Branco, em declarações aos jornalistas.
O governante sublinhou que o pedido «é também resultante de uma resolução das Nações Unidas que significa que cabe naquilo que é a avaliação que deve ser feita» no âmbito da «participação solidária» de Portugal.
Aguiar-Branco recusou, porém, indicar se já existe uma posição oficial em relação ao pedido concreto, afirmando que é ao Ministério dos Negócios Estrangeiros que cabe «em primeira mão» o acompanhamento e «o controlo» da matéria e que o Ministério da Defesa «é uma parte».
Questionado sobre se a posição que Portugal adotar nesta questão condicionará de alguma forma o futuro da Base das Lajes, o ministro recusou esse cenário, afirmando que o acordo das Lajes «tem todo um processo desenvolvido» e que está a decorrer e que o pedido de transbordo dos produtos químicos da Síria «é uma operação casuística».
As autoridades norte-americanas contactaram Portugal para avaliar a possibilidade de realizar o transbordo de material químico proveniente da Síria num porto nos Açores, mas ainda não houve decisão, disse à Lusa fonte oficial do ministério dos Negócios Estrangeiros.
Em comunicado enviado à Lusa, na terça-feira, o MNE afirma que Portugal foi um dos países contactados pelos Estados Unidos da América, que «procuraram apurar a disponibilidade, junto de vários parceiros, de estruturas portuárias para a operação de transbordo do material químico transportado a partir da Síria num navio dinamarquês para um navio norte-americano».
Segundo um especialista do Exército português, o maior perigo estará «no derrame dos agentes químicos».