Jardim vitorioso promete lutar contra o «liberalismo capitalista» - TVI

Jardim vitorioso promete lutar contra o «liberalismo capitalista»

Presidente do Governo Regional festeja nova maioria absoluta e lança recados ao Governo central

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Apareceu algo confuso, de pólo de cores escuras. Sentou-se numa mesa da minúscula sala da sede do PSD-Madeira no Funchal. Os painéis nas suas costas não mostram símbolos do partido, mas fotos de algumas das suas obras. Pediu óculos emprestados e começou a ler o discurso escrito à mão, deixando avisos ao Governo central

«O PSD da Madeira ganhou a sua 45ª vitória eleitoral. Atingiu o objectivo da maioria absoluta no parlamento da madeira, pelo que governará os próximos quatro anos sem qualquer coligação», começou por dizer, exaltando o facto de ter alcançado 25 deputados no Parlamento Regional

«Agradeço à maioria do povo madeirense que soberanamente nos tornou a confiar o governo da região nos próximos anos, que serão anos difíceis, porque são resultado do descalabro a que os interesses políticos e económicos e financeiros de Lisboa trouxeram o nosso país», acrescentou, deixando sinais para o futuro:

«Conto com o trabalho de todos, sem excepção, para, no novo ciclo, ultrapassarmos as dificuldades, mas sem quaisquer cedências no campo dos valores e dos princípios, nem com concertações para a fotografia do politicamente correcto».

«Insisto que o meu partido é a Madeira, pelo que não contem comigo para outra fidelidades partidocráticas, até pelas facas que foram metidas nas costas do povo madeirense», vincou, deixando alertas:

«Contem sim comigo para ajudar nas mudanças, a mudança do sistema político, que é um sistema inadequado à gravíssima situação que os portugueses sofrem, bem como para uma actuação contra o liberalismo capitalista em que está mergulhado o nosso país. Face a este capitalismo selvagem impõe-se o intervencionismo disciplinador do Estado nos meios financeiros a fim de imprescindivelmente alavancar a economia».

«Esta é a grande mudança que se impõe, bem como o Parlamento da Madeira e as nossas instituições só aceitarão o princípio de sacrifícios e benefícios iguais para todos os portugueses e nunca medidas discricionárias contra os madeirenses e os portosantenses», disse, numa alusão às medidas de austeridade que deverão ser impostas à Região.

«Como não aceitamos também o facto de o aparelho de estado, para surpresa dos portugueses se encontrar ainda nas mãos do poder socialista, nomeadamente nos ministérios das Finanças e da Justiça, bem como a RTP», frisou, agradecendo aos seus mais directos colaboradores.

«Vamos ao trabalho a partir de amanhã, desprezemos tudo o que é mediocridade», concluiu, não deixando espaço a perguntas dos jornalistas. Na rua já se ouviam buzinas e, pouco depois, surgiu fogo de artifício nos céus do Funchal.
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