«Não estou disponível para governar com o FMI» - TVI

«Não estou disponível para governar com o FMI»

Sócrates diz que «a agenda do FMI levaria o nosso país a pagar factura durante muitos anos» e deixa um recado à oposição: «PS não chegou ao Governo pela escada de serviço: nós ganhámos as eleições»

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O primeiro-ministro, José Sócrates, garante que não está disponível para governar com o FMI (Fundo Monetário Internacional).



«O líder do PSD afirma em entrevista que está disponível para governar com o FMI. Não é a primeira vez que o diz. Se a memória não me engana, é pelo menos a segunda. Ora aqui está todo um programa político», disse José Sócrates na apresentação da sua moção de recandidatura a secretário-geral do PS, no Porto.



Mas o primeiro-ministro faz questão de se demarcar da posição do PSD e garante: «Não estou disponível para governar se FMI vier a entrar em Portugal». «A agenda do FMI levaria o nosso país a pagar factura durante muitos anos», afirmou, dando com o exemplo a situação da Grécia e da Irlanda.



«Tudo tenho feito para Portugal não ter necessidade de recorrer à ajuda externa», disse, garantindo que «estamos a cumprir fielmente o nosso orçamento». E, recordando a última cimeira do Eurogrupo, afirmou que «na europa todos reconhecem que Governo não baixou os braços para evitar o FMI». «Portugal tem a confiança do BCE para não renunciar à autonomia».

Apesar de as medidas de austeridade terem sido aplaudidas por estas instituições europeias, José Sócrates garante que o Governo está «disponível para negociar». «Sou o único líder político que apela ao diálogo», afirmou, garantindo que «a crise política obrigará Portugal» à ajuda externa. «Eu não quero isso para o meu país»

«Não compreendo que forças políticas não apresentem alternativas e ponham em causa a capacidade do país para dizer a Bruxelas: nós vamos pôr em ordem as nossas contas públicas», afirmou, acusando o PSD de pôr a «sofreguidão em chegar ao poder» à frente do interesse nacional.

«Abrir uma crise política neste momento é agir contra os interesses do país», garantiu. «Portugal merece um pouco mais de respeito».



Sócrates desmente a vice-presidente do PSD, Paula Teixeira da Cruz, que acusa Governo de «mentir» sobre o compromisso europeu. «Na política não vale tudo, a campanha de falsidades deve terminar», garantiu.



E Sócrates deixou mesmo um recado à oposição: «PS não chegou ao Governo pela escada de serviço: nós ganhámos as eleições».
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