O caminho até à nova austeridade - TVI

O caminho até à nova austeridade

  • tvi24
  • Cláudia Sebastião
  • 7 set 2012, 20:30

Recorde o que foi dizendo Passos Coelho

Nenhum primeiro-ministro pode jurar que não haverá mais medidas de austeridade. Esta frase é de Pedro Passos Coelho e foi repetida várias vezes desde junho, quando se percebeu que as contas públicas estavam em derrapagem por causa da quebra das receitas.

«Nunca posso jurar que não sejam precisas mais medidas», afirmou, em entrevista à TVI.

Os dados da execução orçamental de maio revelaram resultados fiscais bem abaixo das previsões do Governo, que começou a falar de aumento dos riscos e incertezas. «Não significa, nesta altura, que se deva faz uma projeção linear para o resto do ano, dizendo que portanto o défice está em causa e que sejam precisas novas medidas de austeridade e é cedo, portanto, para estar a falar em quaisquer medidas de austeridade», afirmou o primeiro-ministro, no dia 23 de junho.

Já no debate da moção de censura do PCP, prometeu: «Na medida em que se revelar essencial para essas metas serem atingidas adotar outras medidas de austeridade ou de outra natureza, este Governo não deixará de o fazer».

O chumbo do Tribunal Constitucional aos cortes dos subsídios de férias e natal em 2013 criou um buraco de dois mil milhões de euros e apareceu o fantasma da taxa adicional para o privado. «Uma medida orçamentalmente equivalente que não fique, portanto, restringida aos funcionários públicos e pensionistas», explicou, na altura.

Em Julho, Passos ainda dizia que não estava «a preparar qualquer aumento de impostos nem qualquer outra medida dessa natureza». «Não estamos a pôr porcaria na ventoinha e a assustar os portugueses», disse, no último debate quinzenal.

Passos Coelho prometeu ainda ser o mensageiro das más notícias. «Na altura própria, não deixarei de ser eu mesmo a apresentar perante o pais essa solução», afirmou, na Festa do Pontal.

O CDS fez finca pé em não querer mais impostos e o governante deu um murro na mesa, esta semana: «Rigorosamente nenhum de nós está em condições de dizer que não vai tomar uma ou outra decisão se ela tiver de ser adotada».

Um aviso ao Governo e a quem o apoia, que foi lido como quase anúncio de mais medidas de austeridade.
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